Economia

Bolsas da Europa fecham sem sinal único, com cautela sobre Brexit no radar

As bolsas europeias fecharam sem direção única, nesta terça-feira, 17. A perspectiva de que volte a haver dificuldades no processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, voltou a gerar certa cautela entre investidores, que monitoraram também indicadores e as novidades sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,68%, em 414,90 pontos.

A notícia de que o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, trabalha para mudar a lei e garantir que a fase de transição do Brexit não ultrapasse o fim de 2020 provocou cautela. Hoje o Parlamento britânico voltou ao trabalho, após a eleição vencida pelo Partido Conservador de Johnson na semana passada. Segundo a Stifel, a estratégia de Johnson de buscar garantias para encerrar o período de transição até dezembro do próximo ano “aumenta a possibilidade de uma saída sem acordo”. O Morgan Stanley, por sua vez, notou em outro relatório que o governo britânico indicou que pretende apresentar legislação sobre o Brexit até esta sexta-feira, 20. Para o Julius Baer, após a eleição é mais provável um saída ordenada da UE em 31 de janeiro de 2020, mas o assunto está “longe de estar concluído”.

A Bolsa de Londres chegou a exibir sinal negativo, mas as ações de exportadoras britânicas foram apoiadas pela fraqueza da libra, que caiu ante o dólar justamente por causa da cautela com o Brexit. Nesse quadro, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,08%, em 7.525,28 pontos. Na agenda de indicadores, a taxa de desemprego do Reino Unido ficou em 3,8% no trimestre até outubro, no mesmo patamar dos três meses até setembro, enquanto analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam alta a 3,9%.

Investidores ainda exibiram certa cautela com o diálogo comercial EUA-China. Embora analistas em geral tenham destacado a redução das incertezas com o anúncio da “fase 1” do acordo comercial entre as potências, também têm ressaltado as dúvidas que continuam a existir sobre o tema e que não está claro o caminho pela frente nessa relação. Hoje, o representante de Comércio americano, Robert Lighthizer, disse que a China concordou em comprar US$ 50 bilhões em produtos agrícolas, mas não deu detalhes sobre as condições da chamada “fase 1” do acordo a ser firmado com Pequim. Lighthizer ainda comentou que os EUA consideram as negociações comerciais com o Reino Unido prioritárias e que as conversas devem ter início tão logo o Brexit se concretize.

Em relatório, a Capital Economics prevê que os mercados acionários dos países desenvolvidos avancem de modo mais lento em 2020, em comparação com 2019. “A única exceção é o mercado acionário do Reino Unido, que deve esperar avançar mais em 2020, com as ações recuperando parte da performance mais fraca desde o plebiscito do Brexit”, afirma a consultoria.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,89%, a 13.287,83 pontos.

Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve baixa de 0,39%, a 5.968,26 pontos.

Em Milão, o índice FTSE MIB avançou 0,45%, a 23.630,77 pontos.

Na Bolsa de Madri, o índice IBEX 35 registrou queda de 0,67%, a 9.615,90 pontos. Em Lisboa, o índice PSI-20 caiu 0,04%, a 5.218,84 pontos.

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