Bolsas avançam na Europa com especulação sobre juros

As bolsas européias fecharam em alta pelo segundo pregão consecutivo, novamente por conta da especulação de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) irá reduzir os juros mais uma vez. Os rumores foram fundamentados desta vez com o relatório do Departamento do Comércio norte-americano que mostrou que as vendas de novos imóveis nos EUA caíram para o menor nível em sete anos.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em alta de 0,83%, aos 6.486,40 pontos. Em Paris, o CAC-40 ganhou 0,75% e encerrou aos 5.733,37 pontos. Na Bolsa de Frankfurt, o Xetra-DAX avançou 0,64% e fechou com 7.853,79%. Em outros mercados, o Ibex-35, da Bolsa de Madri, subiu 0,47% e fechou em 14.581,60 pontos e o PSI-20, da Bolsa de Lisboa, avançou 1,57% e encerrou com 11.981 71 pontos.

"Os argumentos a favor de novos cortes de juros pelo Fed estão aumentando", afirmou o economista-chefe internacional do ING Financial Markets em Londres, Rob Carnell. "Eu vejo uma redução de 25 pontos-base antes do fim do ano e outra de 50 pontos-base até metade de 2008", acrescentou.

As vendas de imóveis novos nos EUA caíram 8,3% em agosto, para o nível anual sazonalmente ajustado de 795 mil unidades, o menor desde junho de 2000, informou o Departamento do Comércio. A retração superou a previsão mediana dos economistas ouvidos pela Dow Jones, de queda de 4,6%. Os números trouxeram nova evidência de que o setor imobiliário vai continuar pesando sobre a economia dos EUA.

As perspectivas de que o Fed terá de baixar os juros também arejaram as esperanças de que o Banco da Inglaterra (BoE) e o Banco Central Europeu (BCE) terão de imitá-lo para impedir uma desaceleração econômica. "Os argumentos ainda pesam a favor de o BCE esperar e manter as taxas estáveis por um período considerável. Mas nós esperamos o surgimento de um viés de baixa para o ano que vem, com a diminuição da inflação, a retração na confiança do consumidor começando a afetar e a força de crescimento começando a diminuir", disse o economista-chefe de Europa do Bear Stearns, David Brown.

Ações

Entre os destaques do pregão, as ações da Saint Gobain subiram 5 2% em Paris em reação ao anúncio de que a holding de investimentos francesa Wendel comprou 6% de participação na fabricante de materiais de construção. A notícia estimulou os papéis da concorrente Lafarge, que ganharam 1,8%.

Já os papéis dos bancos escandinavos também receberam apoio do noticiário de fusões e aquisições. O Nordea Bank disparou 7,6% em reação às notícias de que o sueco Skandinaviska Enskilda Banken está lançando uma oferta para comprar 20% de participação.

As varejistas britânicas também tiveram bons desempenhos. Marks & Spencer subiu 4,1% e Home Retail Group avançou 4,5%, impulsionadas pelo cenário mais suave para os juros britânicos. Os ganhos ajudaram a levar o FTSE-100 na máxima acima do nível de 6.500 pontos, patamar que não era visto desde meados de julho antes do início da turbulência dos mercados.

Os bancos varejistas britânicos subiram novamente com a especulação de que o Northern Rock será alvo de uma oferta de aquisição por fundos de private equity (que compram participações em empresas). As ações do Northern Rock tiveram alta de 6,3%. As informações são da Dow Jones.

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