Bolsa de Chicago vai atrair novos negócios ao Paraná

A instalação de um escritório da Bolsa de Chicago no Paraná deverá atrair diversos negócios ao Estado. Empresas do Brasil e da América Latina vinculadas ao comércio da soja poderão se instalar no Paraná para ficar ao lado da bolsa, que oferece mais liquidez à soja e ao milho em todo o mundo. A avaliação é do analista da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti.

O escritório da bolsa norte-americana poderá ser instalado em Curitiba ou Paranaguá. A definição da localização vai acontecer no próximo dia 7, quando o governador Roberto Requião recebe o presidente da Bolsa de Chicago, Charles Carey, em audiência no Palácio Iguaçu.

Para se ter uma idéia da dimensão e do impacto econômico desse empreendimento no Paraná, a Bolsa de Chicago chega a movimentar até 12 vezes a safra mundial de soja. Daí a sua liquidez em todo o mundo. “Para uma safra mundial estimada em 200 milhões de toneladas, a venda de contratos movimentam cerca de 2 bilhões de toneladas de soja anuais”, diz o analista.

Mafioletti diz que os negócios com a soja serão dinamizados a partir do Paraná, que passa a ter o preço de referência do produto para toda a América do Sul. De acordo com o analista, o preço da soja no Porto de Paranaguá já é uma referência para todo o mercado interno da soja no Brasil. “Com a instalação do escritório da Bolsa de Chicago, esse preço de referência se fortalece e certamente será adotado como balizador do mercado para toda a América do Sul”, explica.

Competitividade

Com a instalação de um “braço” da bolsa norte-americana no Paraná, cooperativas e empresas regionais do Brasil e do Paraná passam a ter a mesma competitividade das grandes tradings multinacionais que se protegem das oscilações de mercado na Bolsa de Chicago. Ela oferece liquidez no mercado, característica fundamental que outras bolsas do mundo não conseguem oferecer.

A vantagem de negociar diretamente com a Bolsa de Chicago é a proteção de mercado que ela oferece. Empresas e produtores vão garantir a rentabilidade de sua atividade comprando papéis da bolsa. Para Mafioletti, não é por acaso que a Bolsa de Chicago está instalando um escritório no Brasil. A bolsa vai atrás da produção, o que atrai novos negócios ao Estado no médio prazo.

A América do Sul já é a maior produtora mundial de soja no mundo, com 90,5 milhões de toneladas e, dentro de três a quatro anos, certamente o Brasil será o maior produtor mundial de soja. Na atual safra, o País já produziu 50 milhões de toneladas e os Estados Unidos 66 milhões de toneladas. No Brasil, o Paraná é referência no setor, com uma produção de 10,2 milhões de toneladas.

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