O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou nesta terça-feira, 2, que tem aprovado em carteira financiamentos que somam US$ 832 milhões para obras em Cuba da Companhia de Obras e Infra-estrutura, uma subsidiária da Odebrecht, grupo que está sob investigação da operação Lava Jato. Desse total, US$ 682 milhões são para as obras no Porto Mariel, cujo custo total superou os US$ 900 milhões. Ao todo foram cinco operações de financiamento para o porto, com vencimento em 300 meses e taxas de juros que variam entre 4,44% e 6,91% ao ano.

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O financiamento ao porto foi motivo de polêmica em 2014 e, mais recentemente, um dos alvos centrais da discussão sobre o fim do sigilo nas operações de crédito do BNDES. Localizado a 45 quilômetros de Havana, o porto é considerado o maior do Caribe, com 465,4 quilômetros quadrados de área. Em defesa do financiamento e do projeto, a presidente Dilma Rousseff disse no ano passado que o financiamento havia sido feito não a Cuba, mas a 400 empresas brasileiras fornecedoras de equipamentos. Já o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que esse tipo de operação gerava empregos no País.

Além do Porto de Mariel, a subsidiária da Odebrecht obteve um financiamento de US$ 150 milhões com o BNDES para expansão e ampliação dos aeroportos de Jose Marti, em Havana, de Santa Clara, em Cayo Coco, e de Holguin, em Cayo Largo. Esse contrato tem prazo de 180 meses e taxa de 7,021%.

Fora as operações para o grupo Odebrecht, o BNDES financiou ainda a TPRO Engenharia em US$ 14,8 milhões na construção de uma fábrica em Cuba.

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Antes, as operações fechadas para financiamento em Cuba tinham um regime especial de confidencialidade dos contratos. As operações divulgadas hoje pelo banco foram fechadas entre 2009 e 2014.