BNDES prevê queda nos investimentos

Rio – A projeção média de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) para este ano, levantada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em bancos e consultorias, ficou abaixo da barreira dos US$ 10 bilhões. A previsão do estudo, concluído esta semana, é de US$ 9,9 bilhões, menor do que os US$ 11 bilhões do mês anterior e praticamente metade do projetado em agosto do ano passado, de US$ 18,7 bilhões.

Outros indicadores para este ano também foram ajustados. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 1,9% para 1,5%. O câmbio esperado para dezembro recuou de R$ 3,30 para R$ 3 20. A expectativa média para a taxa Selic no fim do ano passa para 21,2%, no lugar dos 20,9% anteriores. Já o saldo da balança comercial avança de US$ 16,1 bilhões para US$ 16,9 bilhões, enquanto o déficit de transações correntes econlhe de US$ 4,1 bilhões para US$ 3,4 bilhões, conforme as projeções.

A gerente da Área de Planejamento do BNDES, Ana Cláudia Além, explica que a redução dos investimentos diretos já era esperada. “O Brasil não conseguiria manter os recordes do fim dos anos 90”, afirma a economista. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Antônio Corrêa de Lacerda, os setores no País com potencial para receber investimentos, atualmente, carecem de regulamentação, como os de energia elétrica, saneamento e infra-estrutura em geral.

Do ponto de vista global, também há quedas no fluxo de investimento, explica Lacerda. “Talvez a única exceção seja a China, que abriu-se relativamente há pouco tempo”, pondera o presidente da Sobeet. Segundo o economista, a aversão ao risco continua no mundo e a situação de caixa das corporações internacionais ainda não é boa. Ainda assim, a Sobeet projeta investimentos diretos no País de US$ 10 bilhões, dos quais 60% neste segundo semestre.

Até maio, o investimento direto estrangeiro acumula US$ 3,3 billhões. O Banco Central, que trabalhava com a hipótese de ingresso de investimentos de US$ 13 bilhões, já ajustou sua estimativa para US$ 10 bilhões. Na avaliação da economista do BNDES, estes valores são mais do que suficientes para financiar o déficit de transações correntes. “Será mais do que coberto pelos US$ 10 bilhões que devem entrar”, afirmou.

Inflação

As previsões captadas pelo BNDES mostram que as taxas de inflação ao consumidor deverão convergir para o índice geral da Fundação Getúlio Vargas (FGV) – que também mede a variação no atacado. Para 2003, a projeção média do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 10,90%. O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da FGV, fica em 11 17%. Para 2004, as projeções são de 6,49% para o IPCA e 7% para o IGP-M.

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