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Blocos de Lego em Braille dão prêmio de inovação ao Brasil em Cannes

O Brasil chegou ao penúltimo dia de premiações no Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade com 78 Leões, o que dificulta as chances de o País igualar a marca de 101 prêmios do ano passado, pois há apenas mais cinco categorias para serem reveladas nesta sexta-feira, 21, data de encerramento do evento. O Estadão é representante oficial de Cannes Lions no Brasil.

O prêmio mais relevante desta quinta-feira, 20, ficou com a agência LewLara\\TBWA, dentro de uma premiação em que o Brasil vem ganhando espaço – a Innovation Lions. Os jurados dessa área costumam distribuir poucos Leões, mas a ação para a Fundação Dorina Nowill para Cegos conseguiu um cobiçado Leão de Prata.

A ação consistiu na promoção de um sistema de alfabetização para crianças cegas com o uso de blocos de montar, no estilo Lego. Segundo explicou Felipe Luchi, vice-presidente de criação da LewLara, ao apresentar a peça ao júri, na última quarta-feira, 19, o projeto trilhou um longo caminho antes de ser viabilizado.

Apesar de ter se mostrado eficaz para as crianças da Fundação Dorina Nowill , a tentativa de transformar os “blocos de braille” em um produto produzido em massa é algo que a fundação tenta tirar do papel desde 2011. “Até a Lego disse não (anteriormente)”, contou Luchi.

Diante do fracasso inicial em convencer a Lego ou qualquer outra fabricante de brinquedos a embarcar na proposta, a equipe de criação da LewLara\\TBWA decidiu fazer uma campanha para divulgar a inovação e fazer pressão nas companhias – a Braille Bricks for All (ou Blocos de Braille para Todos).

Depois dessa ação de mobilização, a agência conseguiu chamar a atenção da Lego Foundation. Após um período de negociação, a Lego anunciou a fabricação dos blocos em abril. Ao retirar parte dos seis pontos que formam os encaixes dos blocos de Lego, o produto serve como brinquedo e também como elemento educativo.

Segundo a LewLara\\TBWA, os tijolos de Lego também reduzem o custo da alfabetização de crianças cegas ou com muita dificuldade de visão. Antes dos blocos, a alternativa mais segura era uma máquina de braille – que, como destacou a agência em sua argumentação para o júri, trata-se de uma opção cara, pois esses equipamentos hoje custam mais de R$ 10 mil no Brasil.

Prêmios do dia. Nesta quinta-feira foram divulgados os resultados de seis categorias, sendo que o Brasil ficou de fora de uma delas – Creative Effectiveness Lions, que mede a eficiência dos trabalhos realizados por marcas.

Em Creative E-Commerce, o País teve um bronze: Akqa (pela campanha para Nike Air Max, que ganhou o Grand Prix de Media Lions). Em Radio & Audio Lions, veio outro bronze, para a National Geographic Brasil, para a ação “Planeta ou Plástico?”

O País teve mais prêmios em Brand Experience & Activation, que mede as ações de ativação de marcas. Foram cinco Leões de Bronze: Grey (Universidade Zumbi dos Palmares e Reclame Aqui), Publicis (Heienken), GTB Brasil (Ford) e David (Burger King). A categoria ainda trouxe uma prata: Tech and Soul para o Uber.

Em Mobile Lions, que premia campanhas para dispositivos móveis, foram quatro Leões. Uma prata, para David/Burger King, e três bronzes: GTB Brasil (Ford), Akqa (Nike), Wunderman/Thompson (Gud).

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