A BlackRock, gestora global de fundos, criticou a atuação do governo para baixar os juros e os spreads bancários no País. “O Brasil não podia ter escolhido um momento pior para fazer isso”, disse nesta terça-feira o gestor da BlackRock para América Latina, Will Landers, referindo-se a temores de maior intervenção do Estado na região, por conta da recente estatização de ativos da Repsol pelo governo argentino.

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“Ninguém deseja ver intervenção do governo. Esperamos que seja limitado (…) Mas a manchete não é boa”, declarou. Ele elogiou a aprovação da previdência complementar para os servidores públicos no Brasil, mas disse que a medida acabou “se perdendo” em meio a outras manchetes, como a questão dos juros. “Isso acaba tirando a credibilidade do Brasil perante os investidores”, disse ainda sobre as últimas atuações do governo. Para ele, os spreads devem ser definidos por movimentos de mercado. Spreads bancários são a diferença da taxa de juros para a captação de dinheiro pelas instituições financeiras e a taxa oferecida nos empréstimos ao consumidor final.

Demonstrando menos preocupação com a questão, Paul Griffiths, chefe global da área de renda fixa do Aberdeen, disse que, por enquanto, a atuação do governo não deve frear o interesse de investir no Brasil, mas concordou com Landers, dizendo que o momento não é apropriado para intervir na economia, também referindo-se à Argentina. “Não é que o Brasil tenha ficado menos atraente, mas ficamos em alerta”, declarou.

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