Bird e BID emprestam US$ 7 bilhões ao Brasil

Brasília

  – Depois do Fundo Monetário Internacional (FMI), ontem foi a vez do Banco Mundial (Bird) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) reforçarem o apoio ao Brasil. Os dois organismos multilaterais vão disponibilizar US$ 3 bilhões adicionais aos recursos já alocados ao País para os próximos 18 meses. Durante esse período, o governo brasileiro terá acesso a um total de US$ 7 bilhões em empréstimos dos dois bancos.

Os entendimentos com a direção das instituições foram fechados em paralelo aos do FMI pela equipe negociadora do governo enviada a Washington. Os recursos do Bird somarão US$ 4,5 bilhões, dos quais US$ 2 bilhões são adicionais. A parte do BID será de US$ 2,5 bilhões – US$ 1 bilhão a mais do que estava inicialmente previsto.

Em nota divulgada ontem, o Bird reconhece as dificuldades enfrentadas pelo País e “a sólida resposta do governo à volatilidade nos mercados financeiros” e afirma que continua pronto a apoiar as políticas brasileiras e a trabalhar com o governo para dar continuidade à agenda de reformas. “O apoio da comunidade internacional é importante para restabelecer a confiança nos mercados financeiros e ajudar o Brasil a continuar a fazer progressos sociais e econômicos. O Banco Mundial está pronto para fazer a sua parte”, disse Vinod Thomas, diretor do Bird para o Brasil.

O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcus Caramuru, integrante da missão, estimou que o Brasil poderá contar até o final do ano com US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões dos US$ 7 bilhões previstos. “É uma estimativa. Não é compromisso”, enfatizou o secretário, por telefone, de Washington. Segundo Caramuru, o desembolso dos recursos dependerá dos avanços feitos nas reformas e nos entendimentos com a direção dos bancos. Ele afirmou que o acordo com o Bird e BID tem o “mesmo espírito” do programa acertado com o FMI: suporte ao balanço de pagamentos do País. “Identificando a possibilidade de um gap (diferença) no balanço de pagamentos, se garante os recursos para preencher esse gap.

Se ele se materializar, se tivermos dificuldades no acesso de financiamento privado, os recursos estarão disponíveis”, ressaltou Caramuru. O secretário explicou que os recursos estarão associados a programas. “Como sempre, vamos operar com base em projetos específicos, aprovando operações uma a uma pelo Senado Federal, algumas nesse semestre. Outras serão deixadas para o próximo ano”, disse Caramuru.

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