BID está otimista com posições de Lula sobre Brasil e Mercosul

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, está otimista com o Brasil, com as atitudes e palavras do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e com a reação dos mercados ao novo governo. O presidente do BID considerou estimulante “o fato de Lula estar convencido da importância do Mercosul”. Ele declarou que para o BID é positivo fortalecer as negociações conjuntas do bloco econômico nos grandes fronts internacionais. “Sempre é melhor navegar em comboio do que navegar sozinho”, disse.

Segundo Iglesias, os mercados estão acreditando nas perspectivas do novo governo e a economia brasileira “terá um comportamento muito estável, que tivemos nos últimos anos”. “Estamos muito estimulados pelos indicadores, como a queda da taxa de câmbio e a queda do risco país. Isso quer dizer que as coisas estão funcionando no sentido positivo”, disse o presidente do BID, que participou hoje (2) do seminário de Cooperação Estatística União Européia – Mercosul e Chile, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Inflação

Outro participante que citou a queda do dólar como fator positivo foi o ministro do Planejamento, Guilherme Dias. O ministro considera que os índices de inflação subiram devido a uma pressão da taxa de câmbio e avalia que, agora, o valor do dólar está em trajetória de “voltar ao patamar dos fundamentos da economia”. Dias afirmou que há uma transmissão do câmbio para a inflação, mas acrescentou que “a gente tem trabalhado para exercitar os instrumentos de política econômica convencionais”.

O ministro lembrou que o Banco Central elevou os juros nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e recordou que, em 99, também houve repique inflacionário devido ao câmbio e este foi controlado. De acordo com Dias, como em 99, “há instrumentos de política econômica que tornam possível reverter o repique da inflação”.

O ministro afirmou que o controle da inflação requer a conjugação de instrumentos ficais, monetários e de comércio exterior ao longo dos próximos meses. “Inflação não é algo que se baixe por decreto”, disse. Dias enfatizou ainda que “a inflação não é remédio para o orçamento, é veneno”. Isso porque a inflação aumenta receitas, mas também despesas orçamentárias e dificulta o planejamento.

O ministro não quis comentar se há necessidade de aumento do superávit primário em função da alta dos juros. “Isso é opinião de consultor. Ministro não tem esse tipo de opinião e não fala sobre isso. Ministro faz quando tem que fazer.”

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