Copom

BC sinaliza aperto mais brando, diz Capital Economics

O aumento da taxa básica de juros no Brasil deve se dar em um ritmo menor do que o precificado atualmente pelo mercado. Esta é a avaliação da consultoria Capital Economics, com base no comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O Copom decidiu elevar, na quarta-feira, 3, a Selic em 0,50 ponto porcentual. O texto publicado pelo Banco Central (BC) afirma que “o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia”.

O relatório da consultoria britânica destaca que este tipo de linguagem foi utilizado outras vezes pelo BC para sinalizar que pretendia diminuir o ritmo de alta dos juros ou que a intensidade do aperto monetário precificada pelo mercado estava “muito agressiva”. “A frase é um aceno ao fato de que a economia permanece fraca e que, após um grande aumento dos níveis de endividamento nos últimos anos, o setor privado não deve conseguir suportar um acréscimo significativo nas taxas de juros a partir de agora”, diz o texto assinado por Neil Shearing.

O economista-chefe para mercados emergentes da consultoria pondera também que, desta forma, o BC demonstra acreditar no ajuste fiscal pretendido pelo governo. Para a Capital Economics, a linha das medidas sinalizada pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deve fazer com que a alta de juros se dê de forma mais branda do que o mercado espera atualmente.

A projeção da consultoria é de que a Selic encerre 2015 em 12,25%. “Esperamos apenas mais uma alta de 0,50 ponto porcentual. a partir de agora, o que provavelmente acontecerá na reunião do Copom em janeiro, mas também é possível que haja duas altas de 0,25 ponto porcentual.”.

Segundo a Capital Economics, a intensificação do aperto monetário, passando de alta de 0,25 p.p. para 0,50 p.p., já era esperada uma vez que o processo eleitoral chegou ao fim e que, neste momento, o governo e o Banco Central tentam restabelecer a credibilidade e trazer a inflação para o centro da meta.