O dólar fechou ontem com queda de 1,18%, vendido a R$ 2,415, depois de subir por dois dias seguidos. Somente na terça e quarta-feira a divisa acumulou alta de 3%. Segundo analistas, como o Banco Central se manteve ausente no câmbio, a moeda norte-americana não teve força para subir. Para Renato Fonzar, do banco Fator, a tendência do dólar ainda é de queda. ?Na ausência do BC, o dólar deve buscar o fundo de novo e voltar a bater nos R$ 2,38?, afirmou.
As altas dos dois últimos dias foram estimuladas simplesmente pelas declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Rodrigo Azevedo, que sinalizaram a intenção da autoridade monetária de voltar a intervir no mercado.
Entretanto, com o fluxo negativo registrado no último mês, o BC deve esperar condições mais adequadas para fazer alguma intervenção. Segundo dados da instituição, em maio, pela primeira vez no ano, as remessas de recursos ao exterior superaram os ingressos em US$ 811 milhões. Esse número inclui todas as operações feitas no mercado doméstico no período.
?Eu particularmente acho que o Banco Central não vai atuar. O BC só vai entrar comprando se o dólar entrar em queda livre e se houver um ingresso muito grande de recursos (no país)?, afirmou Júlio César Vogeler, da corretora Didier Levy.
O autoridade monetária não compra dólares no mercado à vista desde o dia 16 de março e há 12 semanas não realiza o leilão de ?swap reverso?, operação em que o banco oferece aos investidores contratos com remuneração atrelada aos juros (Selic) em troca (?swap? em inglês) da variação do câmbio em um determinado período.