BC já injetou US$ 14 bilhões para prover liquidez

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (6), durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o “Conselhão”, que a autoridade monetária já liberou até ontem US$ 14 bilhões para injetar liquidez no mercado. Segundo ele, foram US$ 5,1 bilhões em leilões de dólares com recursos das reservas; US$ 5,8 bilhões em leilões com recompra; US$ 1,6 bilhão com garantias em títulos soberanos do governo brasileiro (Global Bonds) para o comércio exterior e US$ 1,5 bilhão, realizados ontem com garantias de contratos de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE).

Meirelles comentou também que essas operações não afetam as reservas porque são empréstimos. Ele disse ainda que outros US$ 26 bilhões foram utilizados para reduzir a volatilidade no mercado de câmbio – foram US$ 24,5 bilhões na venda de swap cambial e US$ 1,5 bilhão pela não rolagem de swap cambial reverso.

Ele disse que o BC teve lucro com essas operações, mas que o objetivo não é esse, mas sim o de proteger o País. Como resultado desse trabalho, o presidente do BC disse que já se observa uma regularização na quantidade de oferta de crédito para exportação. O presidente do BC disse que a autoridade monetária está preparada para enfrentar bem a crise e lembrou que a linha total disponibilizada pelo BC pelos compulsórios pode chegar até R$ 100 bilhões.

Desse total, segundo Meirelles, R$ 47 bilhões já foram injetados para dar liquidez ao mercado. “São medidas fortes tomadas para atacar os pontos principais, mas é um processo em andamento”, destacou. Segundo ele, o BC está pronto para continuar adotando mais medidas se necessário.

Segundo Meirelles, o Brasil dispõe de alguns trunfos para enfrentar a crise financeira, entre eles o volume expressivo de reservas e o compulsório bancário. “Usando o compulsório, pudemos injetar mais liquidez no sistema sem usar recursos públicos”, afirmou.