BC intervém e consegue derrubar cotação do dólar

Na expectativa de qualquer acontecimento no cenário internacional, o Banco Central brasileiro agiu, ontem, e conseguiu conter a alta do dólar. A moeda americana encerrou a segunda feira em seu menor patamar desde o último dia 11, cotada a R$ 3,587 para venda e R$ 3,585 para compra, uma queda de 0,91%.

O dólar, que já operava em baixa, estendeu a queda quando o Banco Central anunciou que rolará, ainda nesta semana, US$ 500 milhões em linhas externas que vencem em 6 de março, quinta-feira da semana que vem.

O objetivo da medida é aumentar a liquidez do mercado em dólares, o que se soma a outras decisões anunciadas anteriormente para reduzir a liquidez em reais, levando as instituições financeiras a vender moeda estrangeira para reforçar o caixa em moeda local.

A principal dessas decisões é o aumento do recolhimento compulsório sobre depósitos à vista, que obrigará os bancos, a partir de quarta-feira, a entregar diariamente ao BC 60% de seus depósitos à vista ao BC, contra os 45% atuais.

A outra medida é a decisão do BC de receber em reais e não em dólares linhas para a exportação leiloadas no segundo semestre do ano passado, o que faz os bancos terem interesse em um dólar mais barato. Ontem, voltaram aos cofres do BC US$ 175 milhões e hoje voltam outros US$ 200 milhões.

O aumento do compulsório foi anunciado na semana passada pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), junto com o aumento dos juros básicos de 25,5% para 26,5% ao ano. Ambas as medidas têm como objetivo encarecer o crédito e inibir o consumo, dificultando os aumentos de preços e freando a inflação.

O efeito colateral é a queda do dólar, no caso do compulsório porque os bancos são obrigados a ter mais reais em caixa para entregar ao BC, e no caso dos juros, porque os títulos públicos passam a oferecer uma remuneração atraente e concorrer com o câmbio como destino dos investimentos.

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