O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse hoje que o Conselho de Governadores do BCE julga que um aumento da taxa de juro em abril é “possível”, mas não certo, e dependerá dos próximos indicadores econômicos.
“Nunca estamos pré-comprometidos” com mudanças das taxas, disse Trichet. Segundo ele, a decisão desde quinta-feira do conselho de manter as taxas inalteradas foi “unânime”. Trichet afirmou que qualquer alta subsequente da taxa “certamente não” será o início de uma “série” de aumentos do juro.
Trichet alertou que os riscos de inflação na zona do euro “são de alta” e que uma “forte vigilância” é necessária para garantir que o recente aumento dos preços das commodities e da energia não se traduza em um avanço generalizado dos índices de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês).
A linguagem usada hoje representou uma intensificação em relação às declarações feitas após a reunião do BCE passada e reflete as crescentes preocupações com um aumento nos preços do petróleo causado pela onda de crises políticas no mundo árabe, que podem provocar um período sustentado de alta nos preços.
Trichet omitiu o termo “apropriada” ao se referir à taxa de juros atual em suas declarações. Hoje o BCE decidiu manter a taxa básica de juros, principal taxa de referência da economia da zona do euro, em 1%. Apesar das preocupações com a inflação, Trichet afirmou que o momento subjacente é positivo na atividade econômica da zona do euro.
O BCE vai manter sua política de empréstimos ilimitados por até três meses até o próximo trimestre, afirmou Trichet. Segundo Trichet, o banco vai manter seu regime de “taxa fixa e liquidez total” das operações de empréstimo de uma semana e um mês “por quanto tempo for necessário”. Trichet disse que as operações de três meses também serão “totalmente distribuídas” no próximo trimestre. As informações são da Dow Jones.