Bancos puxam ganhos na bolsa de Nova York

Os principais índices de ações de Nova York fecharam em alta nesta terça-feira, com destaque para os papéis do setor financeiro. Bank of America subiu 4,7%, após seu presidente-executivo, Brian Moynihan, afirmar que acredita que o banco tenha capacidade de obter lucros antes de impostos de US$ 35 bilhões a US$ 40 bilhões por ano quando suas operações se normalizarem.

Falando no primeiro “dia do investidor” promovido pelo banco desde 2007, Moynihan disse que a instituição não pretende fazer mais compras e vai, em vez disso, reduzir custos e se concentrar no cliente.

Ele acrescentou que o BofA está focado em devolver “cada dólar” em capital para os acionistas por meio de dividendos regulares, recompras de ações e dividendos especiais.

O desempenho das ações do BofA ajudou outras instituições do setor, como American Express (3,5%), JPMorgan (2,7%) e Citigroup (2,7%). Fora da seara financeira, McDonald’s caiu 1%; embora tenha anunciado crescimento de 3,9% das vendas de mesmas lojas em fevereiro, acima do esperado, o desempenho em seus restaurantes nos EUA ficou aquém do previsto pelos analistas.

Ações de energia caíram com o recuo do petróleo, enquanto Sprint Nextel subiu 4,9%, ajuda por reportagens informando que estaria negociações para comprar a T-Mobile, unidade de telefonia móvel da Deutsche Telekom nos EUA.

O índice Dow Jones recuperou boa parte dos pontos perdidos nos últimos dois pregões ao fechar em alta de 124,35 pontos, ou 1,03%, aos 12.214,38 pontos. O Standard & Poor’s 500 subiu 11,69 pontos, ou 0,89%, para 1.321,82 pontos, enquanto o Nasdaq ganhou 20,14 pontos, ou 0,73%, fechando em 2.765,77 pontos.

No mercado de câmbio, o dólar ganhou terreno, com as preocupações em torno das dívidas soberanas da zona do euro ameaçando voltar a ocupar o centro das atenções.

“As pessoas estão começando a se lembrar de que a casa fiscal do euro ainda está longe de ficar em ordem”, disse o vice-presidente de mercados de capitais da Tempus Consulting em Washington, Greg Salvaggio.

Especulações em torno da possibilidade de que o Federal Reserve reconsidere seu compromisso de longo prazo com sua política de estímulo monetário também ajudaram a moeda dos EUA.

No final da tarde em Nova York, o euro era trocado por US$ 1,3905, de US$ 1,3966 do final da tarde de segunda-feira; o dólar valia 82,67 ienes, de 82,24 ienes do dia anterior, enquanto a libra havia recuado de US$ 1,6197 para US$ 1,6159.

Os rumores em torno de uma mudança de postura por parte do Fed, combinados com os ganhos das ações e a venda de US$ 32 bilhões em notes de três anos, puxaram os preços dos Treasuries para baixo e suas taxas para cima. A T-note de 10 anos rendia 3,550% e o T-Bond de 30 anos, 4,662%, no final da tarde.

Os futuros de petróleo, por sua vez, recuaram, com os investidores realizando lucros após reportagens informando que os aliados do líder líbio Muamar Kadafi discutem a saída dele do país.

A perspectiva de intervenção militar ocidental na Líbia e a possibilidade de que os EUA venham a acessar suas reservas estratégicas da commodity também pressionaram os preços, bem como a declaração do ministro de Petróleo do Kuwait, Ahmed al-Abdullah al-Sabah, de que alguns integrantes da Opep deram início a negociações informais sobre como enfrentar a alta das cotações.

Nenhuma decisão foi tomada ainda e o ministro de petróleo da Arábia Saudita, Ali Naimi, reiterou a posição de seu país de que o repique de preços resulta mais da especulação e incerteza dos investidores do que de escassez de oferta da commodity.

O contrato do petróleo para abril negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) caiu US$ 0,42, ou 0,4%, para US$ 105,02 por barril. Na plataforma ICE, o contrato do petróleo tipo Brent, também para abril, cedeu US$ 1,98, ou 1,7%, para US$ 113,06 por barril. As informações são da Dow Jones.