Bancos lucram R$ 4,9 bilhões em 6 meses

São Paulo – O aumento da procura por crédito foi um dos fatores que impulsionou o lucro de R$ 4,9 bilhões dos bancos no primeiro semestre deste ano comparado a igual período de 2003. Segundo levantamento feito pela consultoria Austin Rating com 12 instituições financeiras, a carteira de crédito cresceu R$ 18,4 bilhões entre junho do ano passado a junho deste ano para R$ 153,4 bilhões – avanço de 13,7%.

Na avaliação do presidente da consultoria, Erivelto Rodrigues, os ganhos com crédito se mostraram consistentes nos primeiros seis meses do ano, especialmente em função do alto nível do spread (diferença entre o custo de captação do dinheiro e o emprestado ao consumidor) bancário no Brasil e, que no médio e curto prazos, não deve ser reduzido.

Ele explica que o crescimento da carteira é verificado com mais força no crédito voltado para pessoa física. “Isso porque os bancos estão investindo bastante na concessão de crédito para esse perfil de cliente, desenvolvendo sistemas com alta consistência de avaliação e aproveitando os spreads dessa categoria, que ainda são superiores aos de pessoa jurídica.”

Para o analista financeiro da ABM Consult, Gustavo Pedreira, a tendência é de que neste semestre a carteira de crédito dos bancos mantenha-se em crescimento, principalmente se a economia continuar em ritmo de recuperação. Na análise de Rodrigues, o avanço de empréstimos e financiamentos deve fechar o ano em 20%.

Ele acrescenta também que outro fator importante que elevou os lucros dos bancos no semestre foi o uso do saldo de provisão para devedores duvidosos, que caiu 27,4% no período, de R$ 3,5 bilhões para R$ 2,5 bilhões. No passado, explica Rodrigues, os bancos constituíram provisões adicionais para se precaverem de perdas com crédito. “Como hoje a inadimplência está em linha descendente, as instituições estão usando essa gordura que criaram no passado. O que tem contribuído para o resultado positivo.” A receita de serviço também tem se mostrado ótima fonte de renda para os bancos. E, em vários casos, conseguem quitar com folga toda folha de pagamento da instituição.

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