Bancos dos EUA enfrentam uma nova ameaça de crise

Depois do tombo no mercado de ações, os maiores bancos dos Estados Unidos enfrentam uma nova ameaça de crise. No topo da lista dos mais vulneráveis está o Bank of America, a maior instituição do país, com US$ 2,265 trilhões em ativos e com uma queda 47% no valor de suas ações desde o início do ano.

Em uma tentativa de conter o pânico do mercado em torno de suas papéis, o executivo-chefe do banco, Brian Moynihan, se dispôs ontem a debater com 6.000 investidores. O esforço, porém, não trouxe resultado.

O Bank of America sofreu uma queda de 10,92% em sua ações no pregão de ontem da Bolsa de Valores de Nova York. Seu desempenho contribuiu para o recuo de 8,21% no índice KBW, a medida do desempenho das ações de 24 instituições bancárias do país. Os outros três maiores bancos americanos também viram suas ações despencar. O JP Morgan Chase, com queda de 5,58%; o Citigroup, com 10,47%; o Wells Fargo, com 7,67%.

Os recentes prejuízos não têm sido provocados apenas pelo rebaixamento da avaliação de crédito dos EUA, no último dia 5, pela Standard & Poor’s nem pelas incertezas em torno da saúde financeira dos bancos europeus. O setor bancário americano carrega sua própria lista de dilemas, que contribuiu para a falência de 63 bancos neste ano e de outros 109, em 2010.

O passivo gerado pelos empréstimos imobiliários concedidos sem avaliação criteriosa dos tomadores – o subprime – ainda corrói os lucros das instituições. O desempenho frustrante da atividade econômica – e o risco de nova recessão – adia e dificulta a recuperação do setor. Esses dois fatores empurraram também a corrida pela venda de ações dos bancos na segunda-feira passada.

Naquela manhã, a American International Group (AIG) havia processado o Bank of America por perdas de US$ 10 bilhões resultantes da venda de seguro para hipotecas concedidas pelo banco com base em falsos requisitos. Em relatório à Comissão de Seguros e Câmbio, a agência federal reguladora do setor financeiro dos EUA, o Morgan Stanley antecipou a perda de mais de US$ 600 milhões. Ambos os casos contribuíram para uma queda de 10,7% no índice KBW do dia 8. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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