Banco Central deve manter juro em 8,75%, prevê mercado

Após cinco cortes consecutivos da taxa básica de juros (Selic) do País, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deverá optar, pela primeira vez em 2009, pela interrupção deste movimento na reunião da próxima semana, conforme apurado no mercado.

Levantamento realizado pelo AE Projeções com 70 instituições mostrou que todas aguardam a manutenção da Selic em 8,75% ao ano, na reunião que acontece na terça e quarta-feira da semana que vem (dias 1 e 2 de setembro), com a decisão sendo anunciada ao fim do último dia do encontro.

Na avaliação de economistas do mercado, de maneira totalmente diferente do que vinha acontecendo desde que o BC tentou minimizar os efeitos da crise financeira global na economia nacional, a reunião do Copom deste mês tem tudo para ser uma das mais sem atrativos dos últimos tempos.

Tudo porque o sentimento predominante é de uma necessidade da adoção de uma parada técnica para que seja observado minuciosamente como o corte acumulado de 5 pontos porcentuais na Selic desde janeiro deste ano será incorporado por uma economia que já está em retomada.

Para o mercado, o BC já deu claras sinalizações de que a taxa de juros ficará inalterada. Segundo eles, a ata da reunião de julho do Copom eliminou as dúvidas que existiam entre os que ainda esperavam manutenção, mas não descartavam mais cortes na taxa básica de juros nos próximos encontros do colegiado em 2009.

Com o consenso estabelecido entre os economistas para setembro, a dúvida do mercado já é saber quando o BC voltará a mexer nos juros. Para alguns, há um cenário propício para deixar a Selic inalterada até o fim de 2010, ano que trará a eleição presidencial como tempero adicional às discussões.

Para outras instituições, entretanto, a retomada fará com que o BC aumente os juros já no próximo ano, com o intuito de não trazer riscos para o cumprimento da meta de inflação de 2010 e de 2011.