Banco Central continua a comprar dólares, apesar de crise externa

Mesmo com a piora da crise externa, o Banco Central (BC) mantém a estratégia de reforçar as reservas internacionais. Em meio ao nervosismo dos investidores, os leilões de compra de dólar continuam sendo realizados diariamente. Como resultado, as reservas crescem ininterruptamente desde 26 de dezembro. O dia de ontem, sozinho, recebeu um montante de US$ 1,315 bilhão. Com isso, as reservas subiram para US$ 186,417 bilhões.

No mercado cambial, analistas observam que o BC tem atuado todos os dias, inclusive nas sessões mais nervosas, dias em que o dólar sobe (e custa mais caro para o BC). A diferença é que o BC tem optado por adquirir menor quantidade de dólares. O superintendente do Banco Banif, Rodrigo Trotta, avalia que a compra diária média em janeiro foi de cerca de US$ 120 milhões. Há poucos meses, antes da crise, as compras somavam cifras que com freqüência chegavam a US$ 400 milhões ou US$ 500 milhões.

"Por isso, o aumento de mais de US$ 1,3 bilhão não tem relação com as intervenções. É possível que o valor tenha crescido pela incorporação de juros pagos pelos títulos que compõem as reservas", diz Trotta. Procurado, o BC não confirmou se o aumento foi gerado pela incorporação de juros. Mas dados do próprio BC mostram que US$ 156 bilhões das reservas – quase 85% do total – são compostos por títulos que rendem juros. O número se refere a dezembro de 2007.

Com a continuidade da compra de dólares, o BC reforçou as reservas em US$ 39,316 bilhões – ou cerca de 26,7% – desde junho mês que antecedeu o início da crise imobiliária nos Estados Unidos. Com esse aumento, diz Rodrigo Trotta, o Brasil está mais preparado para enfrentar a crise internacional.

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