Bancários reivindicam dois turnos

São Paulo

(AE) – Representantes da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT) entregaram ontem as reivindicações da campanha salarial para dirigentes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O reajuste salarial pedido este ano é de 13,39%. O piso para escriturário pleiteado na campanha salarial deste ano é de R$ 1.121 ante R$ 583 atuais. O piso pleiteado para o cargo de Caixa é de R$ 1.584 ante R$ 824 atuais. O piso do salário mínimo reivindicado foi calculado pelo Dieese.

O presidente do Sindicato dos Bancários, João Vaccari Neto, diz que a categoria propõe a ampliação do horário de atendimento dos bancos, de 10h às 16h atuais para 09h às 17h, com dois turnos de trabalho. Ele afirma que a ampliação do horário de atendimento deve criar 60 mil novos empregos e reduzir as filas nas agências melhorando a imagem dos bancos. Os bancários defendem, ainda, a manutenção na participação dos lucros, conquistada na campanha salarial de 1995.

Outra reivindicação da categoria é o fim do assédio moral, ou seja, a exposição dos funcionários e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras comuns em relações hierárquicas e autoritárias.

Vaccari afirmou que durante a campanha salarial deste ano o sindicato vai trabalhar para a defesa dos bancos públicos. A idéia é mostrar a importância do papel social dessas empresas, já que elas estão onde a maioria dos bancos privados não chegam. De acordo com Vaccari, 50% dos municípios não dispõem de bancos.

O vice-presidente da Fenaban, Fábio Barbosa, recebeu a pauta de reivindicações da CNB/CUT e comprometeu-se a estudá-la. Em relação à defesa dos bancos públicos pelo sindicato, ele afirmou que a Fenaban não representa os bancos federais e não há influência governamental nas negociações.

A CNB/CUT representa hoje 350 mil do total de 390 mil bancários em todo o País e agrega 105 sindicatos filiados, cinco federações da estrutura cutista e quatro federações oficiais. A categoria, por questões de gestão administrativa e automação bancária, tem sido reduzida desde o governo Sarney, quando havia um milhão de trabalhadores.

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