Bancários do BB cruzam os braços em Curitiba

As 35 agências do Banco do Brasil em Curitiba não funcionaram ontem, aderindo à greve geral iniciada na terça-feira em outros estados. Segundo informações do presidente da Federação dos Bancários da CUT (Fetec), Adilson Stuzata, hoje a categoria vai analisar a nova proposta de reajuste salarial, que deve resultar das negociações realizadas ontem, em Brasília, entre a comissão executiva nacional e a direção da BB e da Caixa Econômica Federal. Se a proposta for aceita a greve será interrompida. Os funcionários da Caixa Econômica Federal, em Curitiba, ainda não entraram em greve, mas hoje realizam assembléia para decidir se paralisam as atividades.

Stuzata explica que na semana passada os dois bancos públicos assinaram um acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenabam) e iam seguir os mesmos índices de reajuste do setor privado. Pela proposta, a correção sobre o piso salarial seria de 12,6%, mais abono salarial de 1.500,00, e participação nos lucros e resultados (PLR) de 80%, mais R$ 650,00.

No entanto, o presidente da Fetec explica que o BB não acompanhou a proposta e alguns funcionários receberiam menos do que foi assegurado no acordo. Stuzata lembra que desde 1994 os bancários do setor estão em desvantagem com o setor privado. Até agora eles receberam 36,15% de reajuste contra 95,41%. “Nós fizemos uma campanha unificada, somos uma mesma categoria, temos os mesmos direitos”, diz o sindicalista.

Ele também informa que na reunião em Brasília não estava descartada a possibilidade de a categoria reivindicar um reajuste maior do que acordado. Falava-se até em 21,58%, que além da correção inflacionária do último ano, repõe perdas anteriores.

Brasil

A greve de funcionários do BB paralisou a maioria das atividades nas agências de Brasília, onde 80% dos 8,6 mil bancários cruzaram os braços. Houve piquetes em frente a várias agências, onde os grevistas impediram parcialmente a entrada de colegas. O movimento também foi forte nas cidades de São Paulo (70% de adesão à greve), Rio de Janeiro (90%), Salvador (85%), Belo Horizonte (95%) e Recife (90%). Também entraram em greve ontem os bancários no Rio Grande do Sul, Pará, Mato Grosso, Alagoas, Maranhão, Amapá e Espírito Santo.

Mas a direção do BB considerou que o movimento foi parcial. Segundo a assessoria do banco, os transtornos foram causados apenas para os clientes que procuraram atendimento pessoal, uma vez que os 38 mil terminais eletrônicos funcionaram normalmente – de acordo com o banco, 85% dos serviços do BB são realizados por meio eletrônico. O serviço de compensação de cheques (o Banco do Brasil centraliza o serviço para 80 bancos) não foi afetado pela greve por ser considerado serviço essencial.

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