Bancários antecipam campanha salarial

Os bancários realizaram ontem, na Boca Maldita no centro de Curitiba, um ato público para marcar o início da campanha salarial da categoria. Apesar da data base ser setembro, a estratégia de iniciar antes o calendário de discussões é para evitar que os acordos sejam fechados muito tarde, como aconteceu no ano passado quando a proposta final só foi assinada em novembro. Os bancários querem, entre outras reivindicações, um reajuste salarial de 13,39% para a rede privada, 19,62% para os funcionários da Caixa Econômica Federal e 17,28% para os do Banco do Brasil.

A presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e Região, Marisa Stédile, explicou que o reajuste reivindicado para os bancários da rede privada corresponde à inflação estimada pela ICV-Dieese de setembro/2001 a agosto de 2002, mais o resíduo inflacionário de 2,65% referente ao mesmo período, e 4,28% de produtividade, que é calculado pelo volume de depósitos em poupança e volume de financiamentos.

Quanto aos índices reivindicados para os funcionários da Caixa Econômica e Banco do Brasil, ressalta a sindicalista, “os valores solicitados são maiores porque a categoria está sem aumento há sete anos e as perdas somam 100%. Como sabemos que isso seria impossível, os empregados dos dois bancos decidiram priorizar a recomposição salarial nos mesmos moldes dos bancos privados, ou seja zerando as perdas”. No ano passado os bancários queriam um de reajuste de 8,30%, mas o acordo foi fechado em 5,5% mais um abono de R$ 1.100,00.

Assédio moral

Com o lema “Juntos conquistar e mudar” a campanha dos bancários também quer discutir outros temas relacionados a categoria. Eles pedem a garantia do emprego, ampliação do horário de atendimento nos bancos das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho, além da jornada de 25 horas semanais. Os bancários querem ainda a instituição de um piso salarial, calculado pelo Dieese em R$ 1.121,00, e o fim do assédio moral. Segundo explica Marisa Stédile o assédio é uma prática que vem se difundindo nas agências bancárias em todo o País, e é caracterizada pela exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras durante a jornada de trabalho.

A pauta de reivindicações dos bancários foi entregue para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no último dia 18 de junho, e a entidade disse que só irá divulgar o calendário de negociações depois de analisar todos os pontos solicitados.

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