Balança comercial do Paraná volta ao azul

Depois de fechar o primeiro trimestre com saldo negativo, o Paraná voltou a equilibrar, no primeiro quadrimestre, a balança comercial. Em abril, as exportações do Estado somaram US$ 1,3 bilhão, crescendo 13% em relação a março. Já as importações aumentaram 7% e chegaram a quase US$ 1 bilhão.

Com os números, os quatro primeiros meses do ano terminaram com um saldo positivo de US$ 200 milhões na balança – 71% a menos que no mesmo período do ano passado.

No total, de acordo com números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas a outros países totalizaram, no período, US$ 3,8 bilhões, aumentando 16% em relação aos mesmos meses do ano passado. Já as importações cresceram em um ritmo três vezes maior (51%) na mesma comparação, chegando a US$ 3,6 bilhões.

De acordo com uma análise do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), aumentos na importação de materiais de transporte e de materiais elétricos e eletrônicos vêm chamando a atenção, no ano.

No caso do transporte, pesou a aquisição de veículos e implementos, que baratearam com a valorização do real. A alta das importações, no segmento, foi de 64,8%, e o total de compras foi de US$ 579 milhões.

Nos materiais elétricos e eletrônicos, os técnicos da Fiep apontaram uma alta de 75,6%, que levaram a um total de US$ 423 milhões em importações. No caso, as compras, no quadrimestre, foram principalmente de peças para montagem de equipamentos eletrônicos, em especial computadores.

A Fiep também destaca que as importações vêm expandindo mais rapidamente que as importações, em parte, devido ao ritmo de vendas da safra no mercado externo e à queda na cotação de alguns produtos agrícolas. A análise da entidade ressalta que os produtos do complexo soja tiveram queda de 1% nas vendas. Já as exportações de cereais caíram 8% e as de açúcar, 13%.

Apesar de aumentar o ritmo de importações, o setor de materiais de transporte também mostrou forte alta, de 45%, nas vendas ao exterior. O setor de mecânica cresceu até mais (47%), e a indústria madeireira, que há bastante tempo vem sofrendo com quedas nas vendas a outros países, teve crescimento de 10% no período.

Para o chefe do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, o desequilíbrio na balança comercial vem sendo causado, este ano, pela crise econômica e o câmbio desfavorável, principalmente.

Segundo ele, o Paraná voltou, durante a crise, a ser um Estado exportador de mais matérias-primas, e menos produtos manufaturados. Ele lembra que só agora essa situação está sendo revertida, com os manufaturados passando a ter 45% de participação, contra 44% dos itens básicos.