Balança chega a US$ 16 bi e vai superar expectativas

Ao atingir superávit de US$ 773 milhões na segunda semana de julho, a balança comercial brasileira acumula saldo positivo de US$ 1 bilhão no mês. Com esse resultado, o superávit da balança no ano já chega a US$ 16,093 bilhões, volume 44,6% superior ao de igual período de 2003. Somente na segunda semana de julho (calculada entre os dias 5 e 11), o País exportou US$ 2,73 bilhões, valor 30% maior que o vendido ao mercado externo no mesmo período do ano passado.

Os números foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, e mostram que o Brasil já exportou US$ 46,078 bilhões no ano, mais da metade da meta traçada pelo governo, que é de fechar 2004 com US$ 88 bilhões exportados. Em 2003, o Brasil vendeu ao mercado externo US$ 73 bilhões e encerrou o ano com superávit de mais de US$ 24 bilhões.

O aumento das exportações brasileiras e do saldo positivo do comércio exterior é bom para o Brasil, porque reduz a vulnerabilidade a choques externos e aumenta a entrada de divisas (moedas estrangeiras, principalmente dólar) no País, além de diminuir a necessidade de empréstimos internacionais.

Neste ano, diferentemente do ano passado, o superávit da balança não é apenas reflexo do aumento das exportações com queda das importações. O saldo está crescente apesar da demanda maior por produtos importados. Até a segunda semana de julho, as importações no ano somam US$ 29,9 bilhões, cerca de 23% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Recuperação

Esse aumento das importações com manutenção do superávit é reflexo da recuperação da indústria, que voltou a importar equipamentos para ampliar a produção. Na semana passada, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgaram números que comprovam que há recuperação no setor produtivo.

Os dados do IBGE apontaram que a produção industrial cresceu 2,2% em maio, a maior alta em oito meses. O resultado, segundo o instituto, é reflexo não somente do crescimento das exportações e do agronegócio, mas também de um leve reaquecimento do mercado interno.

Já a CNI mostrou que a utilização da capacidade instalada na indústria de transformação nacional bateu recorde no mês de maio ao atingir os 82,5%. Foi o quinto mês consecutivo de alta e o melhor desde que a CNI começou a fazer o levantamento, em 1992.

Em junho, a balança comercial havia registrado superávit de US$ 3,810 bilhões, o maior resultado mensal da história, levando a um saldo positivo de US$ 15,049 bilhões no acumulado do semestre -44,7% superior ao de igual período do ano passado.

Projeções

A previsão do Banco Central é de que o superávit comercial deste ano atinja US$ 24 bilhões neste ano. Já o mercado é mais otimista e projeta saldo de US$ 28 bilhões, valor semelhante ao esperado pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que se mostra bastante otimista com o resultado das exportações e, conseqüentemente, da balança comercial neste ano.

O ministro também está mais otimista que o governo nas expectativas de crescimento da economia. Ele espera expansão de 4%, enquanto governo e mercado estimam algo entre 3% e 3,5%. Para Furlan, essa alta não virá apenas das exportações, mas também do mercado interno.

Em palestra para empresários em São Paulo há cerca de duas semanas, o ministro estimou ainda que 50% desse crescimento de 4% da economia será impulsionado pelas exportações e que a outra metade virá do mercado interno.

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