Baixo consumo de energia é preocupante

Rio

– O aumento da auto-produção de energia elétrica na indústria e a fraca recuperação do consumo no setor residencial após o fim do racionamento estão travando o crescimento da demanda no País, informou ontem o Departamento de Estudos Energéticos e Mercado da Eletrobrás, em seu relatório mensal de consumo relativo a fevereiro. De acordo com o estudo, fevereiro registrou consumo nacional de 24.960 GWh, o que representa uma elevação de 10% em relação ao mesmo período no ano passado, quando ainda havia o racionamento de energia, e de 7,1% em relação ao acumulado nos 12 meses anteriores. Se comparado a fevereiro de 2001, entretanto, o consumo ainda é 5,5% menor.

Os investimentos para a auto-produção de energia elétrica no setor industrial retiraram pelo menos dois pontos porcentuais do crescimento de consumo geral de energia elétrica, segundo o relatório. O crescimento no setor industrial em fevereiro, com relação ao mesmo período do ano passado, foi de 5 6%, mas se não fosse a auto-produção atingiria 7%.

O aumento na demanda do setor foi atribuído por analistas mais ao crescimento de algumas atividades específicas (exportações e agroindústria) do que propriamente à recuperação dos índices de consumo no setor.

Entre os clientes residenciais, o índice de consumo de fevereiro se igualou ao de 1998, apesar de crescer em 14,2% sobre fevereiro do ano passado. Analistas avaliam que a lenta recuperação se deve ao fato de o consumidor ter incorporado à sua rotina doméstica a economia obrigatória da época do racionamento.

Segundo os analistas, parte do crescimento registrado sobre o mesmo mês de 2002 se deve ao aumento de 4,2% da base de consumidores residenciais, que atingiu 44,1 milhões de unidades. Com isso, o consumo médio per capita, ou seja, o consumo médio de energia elétrica medido por consumidor residencial, foi de 141 kWh/mês, apenas 1,4% acima do verificado no mesmo mês de 2002.

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