Frango assado, cozido, frito ou com molho. A receita é o que menos importa, já que o produto está cada vez mais presente na mesa dos brasileiros e estrangeiros. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de frango (11 milhões de toneladas por ano), atrás apenas dos Estados Unidos (16,5 milhões de toneladas) e da China (12,5 milhões). No entanto, o País é o maior exportador do produto, respondendo por 45% das exportações mundiais – a carne de frango brasileira é consumida em mais de 150 países. E nesse cenário, o Paraná responde por 27% das exportações brasileiras. Em 2008, o setor deverá assegurar uma receita cambial de US$ 7 bilhões ao País, 40% mais que em 2007.

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De acordo com números da União Brasileira de Avicultura (UBA), a avicultura nacional deverá produzir, neste ano, além das 11 milhões de toneladas de carne de frango, 450 mil toneladas de carne de peru e 24 bilhões de unidades de ovos, além de carnes e produtos de outras espécies avícolas. No Paraná, o setor também comemora esse bom momento, e projeta fechar o ano com um crescimento global de 12%. Só nos primeiros seis meses de 2008 as indústrias paranaenses exportaram mais de 418 milhões de quilos de frango, contra 401 milhões em 2007. Em faturamento, a alta é ainda mais significativa, com crescimento de 22,68% comparado como o mesmo período do ano passado.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, esse panorama positivo é resultado de uma série de fatores. Entre eles, a boa performance da economia e do crescimento do agronegócio, inflação dentro dos parâmetros estipulados pelo governo, e aumento do poder aquisitivo. Martins destacou ainda que o frango possui vantagens competitivas em relação ao outros produtos. “Todas as classes sociais consomem frango, e mesmo quando ocorrem oscilações no preço, ele continua sendo um produto acessível para todos os consumidores”, falou.

Conjunto

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O Paraná, em especial, destaca Domingos Martins, possui condições favoráveis de clima para a avicultura, assim como, da matéria-prima (soja e milho), e um sistema bastante organizado, tanto em cooperativas como em empresas. Um dos exemplos é a Unifrango Agroindustrial, criada a partir da união de 19 empresas, que intermedia a compra e venda conjunta de insumos e produtos. O grupo responde pela terceira colocação em abate de frango no País, com 1,8 milhão de cabeças abatidas/dia, e é o que mais produz pintos de um dia, com dois milhões e duzentos mil de pintinhos diários, exportando para mais de 120 países, incluindo Japão, Arábia Saudita e Rússia.

O trabalho feito em conjunto tem sido um diferencial importante para o crescimento da empresa Frangos Canção, de Maringá, que destinou 60% de sua produção de frangos de corte no primeiro trimestre do ano para o mercado externo, e já projeta para o início de 2009 a implantação de um terceiro turno de trabalho. O diretor executivo da empresa, Ciliomar Tortola, ressaltou que com o trabalho em conjunto foi possível melhorar as negociações na hora da compra, que vai desde insumos até embalagens, assim como, atingir volume para conquistar mercado.

Unifrango estuda abrir capital

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A Unifrango Agroindustrial, criada em 2001, centraliza e administra os principais processos de comercialização das suas 19 empresas associadas, que representam 25% do segmento avícola do Paraná. Só no primeiro semestre de 2008, a Unifrango dobrou o faturamento e contribuiu para o crescimento expressivo do setor. No ano passado, a empresa passou a ser sociedade anônima e estuda a abertura de capital.

O executivo do grupo, Pedro Henrique Oliveira, afirmou que o rápido crescimento da Unifrango faz com que a entra,da no mercado de capitais sejá inevitável, embora não exista uma previsão de quando isso irá ocorrer. “Ir para a bolsa é um processo automático, mas iremos aguardar o momento mais estratégico”, falou. A atração de investidores pode vir a fomentar os investimentos da Unifrango no Paraná, como no caso do complexo que está construindo em Apucarana, que inclui um centro de distribuição com terminal de embarque, fábrica de ração e frigorífico modelo.

O complexo, orçado em R$ 200 milhões, deve colocar em funcionamento a primeira fase do projeto no início de 2009. O centro de distribuição, com capacidade de armazenagem para 25 mil toneladas, irá enviar por ferrovia
os produtos direto para o Porto de Paranaguá. Esse processo irá representar uma economia de 26% no transporte. Já o fábrica de ração e o frigorífico modelo devem entrar em funcionamento em 2010. (RO)