Os auditores fiscais da Receita Federal iniciaram ontem uma paralisação de 24 horas. A categoria ? que vem se mobilizando desde abril, e em maio decidiu por um greve geral ? mudou a estratégia de mobilização durante este mês. Eles farão apenas uma paralisação por semana, e em agosto, decidem quais serão os rumos das atividades grevistas.
A mudança de estratégia, explica o presidente da delegacia sindical em Curitiba do Unafisco Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), Norberto Antunes Sampaio, é em função do recesso dos deputados federais, já que a categoria espera pela votação de emendas que atingem diretamente a classe. “Nesse tempo, continuamos fazendo um trabalho junto os parlamentares para aprovem nossas reivindicações”, disse.
A principal briga dos auditores é que não seja implantada uma medida provisória que derrubaria as emendas indicadas pelos deputados em favor da categoria. Entre elas está a recuperação salarial dos auditores. Segundo o sindicalista, desde 95 o salário inicial do auditor era de R$ 4,5 mil. “Ao invés de reajuste, o governo pretende baixar o salário inicial para R$ 2,7 mil”, denuncia. Isso iria desvalorizar tanto a procura pela carreira que ela poderia ser extinta do quadro da Receita, teme Sampaio.
Outra luta dos autores fiscais é a paridade salarial entre os ativos e aposentados. Na medida editada pelo governo os auditores ativos receberiam gratificação salarial conforme o desempenho profissional, e que não atingiria os aposentados que ficariam com os vencimentos sem nenhum aumento. Os autores fiscais também não aceitam que o Legislativo tenha poder de decisão sobre a carreira da categoria, como pretende o governo. “A atribuição das atividades do fiscal é prevista em lei, e isso seria uma maneira de tirar a estrutura do trabalho dos profissionais”, afirmou o presidente da Unafisco.