Atendimento é a diferença quando o preço é “salgado”

Nestes tempos de altas no preço da gasolina, com o litro ultrapassando a marca de R$ 2,00 (ontem o preço da gasolina oscilava em R$ 1,989 em postos da Marechal Floriano, na Vila Hauer e Boqueirão, até R$ 2,399 noutro localizado na Avenida Batel, centro da capital), um posto de Curitiba – o Auto Posto Matheus (rua João Gualberto, 887) – está literalmente suavizando o impacto dos aumentos com um atendimento diferenciado: no local todas as tarefas são executadas por mulheres. Elas são jovens, idade entre 18 e 23 anos, bonitas e muito simpáticas. Motivo este que, segundo o gerente Everaldo Kachuba Júnior, faz o posto praticamente, há quase dois anos, não ter concorrência na região. “Temos um trabalho de fidelização de nosso cliente, a ponto de não anteciparmos o repasse de altas do preço, como outros postos fazem. Todavia, é o atendimento delas o principal responsável, por este grande movimento”, avalia.

A idéia de colocar mulheres para atender os clientes tanto no caixa da loja de conveniência quanto para abastecer os veículos, lavar carros, calibrar pneus e até verificar água e óleo, surgiu com o antigo proprietário do posto. Entretanto ele mesclava o atendimento com homens e mulheres em todas as funções. O atual proprietário ajustou o quadro de funcionários e, ao invés de ficar meio a meio, o posto passou a apresentar um quadro quase integralmente feminino. A exceção fica para o cargo de gerência e, à noite, que há um homem trabalhando junto a uma garota, para garantir a segurança.

Ao todo são dez mulheres, trabalhando em turnos de oito horas. Cada uma tem direito a uma folga por semana. O funcionamento do posto é 24 horas.

Nem o gerente, nem o proprietário sabem mensurar o incremento que elas causaram ao movimentos ou aos ganhos do posto. Contudo, têm a certeza de que este é um grande diferencial que já começa a ser imitado. “Tem donos de postos que até me ligaram para saber mais detalhes sobre este trabalho só com mulheres”, diz Júnior, aproveitando para destacar que depois de passar pela experiência de ser atendido por uma mulher, ele não quer saber de homem “pedindo a chave de seu carro para pôr gasolina”. “Elas são mais atenciosas, sempre trazem um sorriso no rosto. Ao contrário da maioria dos homens frentistas que trabalham em postos: sujos e às vezes até de mau humor”, defende.

Trabalho divertido

A caixa Dantieli Gonçalves Galdino, de 18 anos, está empolgada com o novo emprego. Há duas semanas ela começou a trabalhar no posto. Antes era auxiliar de cabeleireiro, em um salão de Curitiba. “É muito mais divertido trabalhar no posto. Os clientes reagem bem ao serem atendidos por mulheres”, constata Dantieli, dizendo que há motoristas que, inclusive, elogiam a presença das meninas. Na opinião dela, a qualidade no atendimento cresce quando ele é feito por mulheres. “É bem diferente a postura de um homem frentista ou caixa, e de uma mulher. Nós somos mais solícitas e atenciosas com os clientes”, destaca.

Aliás, estas qualidade são extremamente valorizadas pela administração do posto. A ponto das meninas serem submetidas a dois treinamentos: um oferecido pela Esso (bandeira a qual a empresa trabalha) e outro ministrado pelo próprio gerente, durante a seleção de uma nova funcionária. “Neste treinamento prático, elas aprendem noções sobre o funcionamento dos veículos, as tarefas que irão desempenhar, mas, acima de tudo, como devem atender os clientes”, explica Júnior.

Em relação ao desempenho delas para detectarem eventuais problemas nos automóveis dos motoristas que abastecem no posto, o gerente afirma que elas têm se mostrado muito eficientes. “Algumas parecem que nasceram para isto”, diz.

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