O governo vai enviar até 20 de março o projeto de lei para propor mudanças nas regras de inatividade e pensão dos militares, informou nesta quarta-feira, 20, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. Ele disse ainda que existe a negociação com lideranças da Câmara dos Deputados para que ele tramite nas comissões temáticas e seja votado em plenário entre o primeiro e o segundo turno de apreciação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência.

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“Está negociado, mas o Congresso tem autonomia. Essa é a ideia (de tramitação)”, afirmou Marinho.

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Segundo o secretário especial, houve “determinação do presidente da República” para que os militares participassem do “esforço da Nova Previdência”.

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Como as regras dessa categoria estão difusas em cinco leis diferentes, ele informou que os técnicos trabalharão na redação do texto nos próximos 30 dias. “Ficamos até a madrugada de hoje debruçados sobre a PEC”, explicou.

Marinho confirmou que haverá aumento do tempo mínimo de serviço dos militares de 30 anos para 35 anos, com elevação da alíquota de 7,5% para 10,5%. As pensões também vão pagar a mesma alíquota de 10,5%. Ele ressaltou que essas mudanças já vêm sendo negociadas desde 2015.

Nesses 30 dias, também há a promessa de envio do projeto de lei para fortalecer ação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para cobrar dívidas de devedores acima de R$ 15 milhões. Esse grupo reúne cerca de 4 mil devedores, boa parte há mais de um ano sem pagar.

Capitalização

Após dizer que o regime de capitalização para a Previdência será “opcional e não coercitivo”, o Marinho admitiu que o projeto de lei que criará o novo modelo poderá torná-lo obrigatório. “A capitalização poderá ser obrigatória na lei complementar. A lei que decidirá. E também será a forma final da lei que definirá se haverá contribuição patronal no novo modelo de capitalização”, afirmou.

Marinho citou o ministro da Economia, Paulo Guedes, para afirmar que o modelo de capitalização permitirá aos jovens se libertarem do regime de repartição, que não é mais sustentável. “A forma como o emprego é encarado hoje no mundo todo está mudando, com uso de aplicativos, contratação de autônomos, e a chamada indústria 4.0. São novas formas de emprego que não permitem a contribuição ao sistema previdenciário no modelo atual”, completou.