Atacado e distribuição cresceram 4,8% no semestre

O setor atacadista distribuidor fechou o primeiro semestre com crescimento real de 4,86% no faturamento sobre o mesmo período do ano passado. Em 2003, movimentou cerca de R$ 64,1 bilhões – a preços de varejo -, e responde atualmente por 51% do abastecimento nacional. Os dados foram divulgados ontem pelo presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), Paulo Hermínio Pennacchi, pouco antes da abertura da 24.ª Convenção Anual do Comércio Atacadista Distribuidor, a Abad 2004, que acontece até sexta-feira no Expotrade Centro de Convenções e Exposições, em Pinhais. Ao todo, 227 indústrias atacadistas participam do Abad 2004.

“Nossa expectativa para o evento é excelente. Nosso setor está em franco desenvolvimento”, apontou Pennacchi. Segundo ele, nos últimos 12 anos a participação do setor atacadista distribuidor no mercado passou de 30,63% para 51%. “O pequeno varejo – setor mercearia – tem sido a preferência do consumidor, especialmente porque os pontos de venda são próximos às residências, oferecem atendimento personalizado, melhores preços, vendem fiado”, afirmou. Há atualmente cerca de 900 mil pontos de venda atendidos pelo atacado distribuidor.

Pennacchi conta que até o Plano Real, o mercado vendia grandes volumes de produtos. “Hoje, vendemos milhares de produtos por unidade e é mais fácil encontrar uma maior variedade de marcas nos pequenos mercados do que nos grandes”, acredita.

Na tentativa de fortalecer cada vez mais o mercado do pequeno varejo, a Abad lançou parceria com o Sebrae no projeto piloto “Modernização do pequeno varejo”, implantado no Ceará. “São dez atacadistas e cada qual indica dez pequenos varejistas, que resultam em 100 revendedores”, explicou.

Para este ano, a previsão é fechar com crescimento de 5%. A projeção otimista tem motivo: segundo dados do IBGE, dos 5.507 municípios brasileiros, 83% têm até 30 mil habitantes e, em sua maioria, não são atingidos pela distribuição da indústria. Portanto, é através das empresas atacadistas e distribuidoras que a população desses pequenos municípios tem acesso aos bens de consumo. A expectativa é que o evento em Curitiba reúna cerca de 25 mil visitantes de todo o País, entre atacadistas e distribuidores. (Lyrian Saiki)

Feira específica para doces

Paralelamente à Abad 2004 acontece a 7.ª edição do Sweet Brazil, maior feira da América Latina do setor, promovida pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Com 54 expositores, a Sweet Brazil representa 96% do setor de chocolate, 70% de balas e confeitos e 56% de amendoim.

De acordo com o vice-presidente da área de mercado internacional e exportação da Abicab, Ubiracy Fonseca, o Brasil é hoje um dos grandes fabricantes de chocolate, confeitos e balas. Entre janeiro e junho, as vendas dessa linha atingiram aproximadamente R$ 126,7 milhões, 37% a mais que os cerca de R$ 92,5 milhões obtidos no mesmo período do ano passado.

O Brasil é atualmente o quinto maior produtor do mundo em chocolates, com 347 mil toneladas produzidas, e o segundo em balas, com 477 mil toneladas. “Nossa idéia é transformar o Brasil, de exportador de matéria-prima como cacau e açúcar, em exportador de produto acabado, reconhecido internacionalmente”, afirmou Fonseca, também diretor comercial da Garoto.

O mercado externo, que responde por 10% a 15% da produção brasileira, é um dos grandes focos da indústria brasileira de doces. Em 2003, as exportações do setor cresceram 48% em relação a 2002, passando de 119 mil para 172 mil toneladas e gerando um saldo positivo de US$ 211 milhões para a balança comercial brasileira. Hoje o Brasil exporta para 129 países de todos os continentes.

Para Fonseca, a sobretaxa de 32% cobrada dos produtores brasileiros de derivados de açúcar que entram na Europa atrapalha bastante o setor. “Trinta e dois por cento é um absurdo. Uma alíquota de 15% já seria bastante razoável”, afirmou. Os chocolates estrangeiros que entram no Brasil pagam taxa que varia de 20% a 25%. (LS)

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