Assalariado vai investir na habitação

A recuperação lenta do rendimento dos trabalhadores fará com que sobrem recursos na Caixa Econômica Federal neste ano para financiamento à habitação. Dos R$ 8 bilhões disponíveis em 2004, o mercado deverá absorver apenas entre 70% e 75%, segundo adiantou ontem o presidente da instituição, Jorge Mattoso. No ano que vem, haverá um crescimento de 40% nos recursos da Caixa para saneamento e habitação, passando de R$ 10 bilhões neste ano para R$ 14 bilhões.

Segundo Mattoso, que participou ontem de seminário da Câmara de Comércio Americana no Rio, desse total R$ 10 bilhões estarão destinados à habitação e R$ 4 bilhões para saneamento. Segundo ele, a definição final dos recursos deverá ocorrer nesta semana em reunião do conselho curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Para o presidente da Caixa, os recursos da instituição, somados aos cerca de R$ 12 bilhões que estarão disponíveis para habitação nos bancos privados, farão de 2005 "o ano de ouro da construção civil".

Mattoso explicou que os recursos disponíveis para habitação – R$ 2 bilhões foram para saneamento – neste ano não foram totalmente absorvidos pelo mercado porque não houve recuperação da renda em ritmo suficiente para estimular a busca por financiamento. "Tradicionalmente havia menos recursos do que queria o mercado, então para nós não é problema sobrar", disse.

Para o presidente da Caixa, a renda vai apresentar uma recuperação mais vigorosa em 2005 e os recursos para habitação deverão ser integralmente absorvidos pelo mercado. "O mercado não cresceu de acordo com a expectativa porque a renda não aumentou tão intensamente quanto esperávamos, isso deve reverter no ano que vem", disse Mattoso.

Ele avalia que, com o maior volume de recursos para financiamento habitacional no setor privado, a Caixa vai ter que enfrentar uma concorrência com a qual não está habituada. Hoje, 90% do crédito para habitação no País passa pela instituição. "Tornamos mais rápida a análise de crédito porque vamos enfrentar concorrência", disse. Segundo ele, a burocracia não teve relação com a sobra de recursos neste ano.

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