Artesãos torcem por movimento maior

Enquanto os trabalhadores em geral esperam com ansiedade a chegada do final do ano para receber um dinheiro extra do décimo-terceiro salário, quem trabalha com artesanato espera com o mesmo entusiasmo que esse dinheiro circule para que eles também possam ter um ganho extra. Em geral, as vendas nesse período para o setor crescem 40%, e ajudam a manter a atividade ao longo do ano. Para muitos, o artesanato foi uma opção para vencer o desemprego.

No Paraná são cerca de 25 mil pessoas que trabalham nessa atividade, sendo que mais de 1,5 mil estão em Curitiba. A presidente da Federação das Associações e Cooperativas de Artesãos do Paraná e da Associação dos Núcleos Artesanais de Vizinhança, Deonilda Muller Machado, destaca que a categoria recebe pouco apoio para a atividade, principalmente do governo do Estado. ?Quem consegue se manter no setor precisa batalhar muito?, disse. Por isso a entidade está lutando pela aprovação da lei que cria a profissão do artesão, que além do reconhecimento, teria programas voltados para fomentar o setor.

Mas enquanto isso não acontece, o jeito é batalhar. Vilma Maria da Silva começou a ajudar o marido na confecção de fantoches depois que ele, aos 50 anos, não conseguiu uma colocação no mercado de trabalho. Ele produz cerca de 20 peças por dia, que nessa época estão sendo vendidas em uma feira natalina. ?Aqui a gente espera tirar o décimo-terceiro, que não recebemos de maneira formal?, disse. Para complementar a renda a professora de história Heidi Milder Xavier também resolveu investir no artesanato. Há quatro anos ela fabrica caleidoscópios.

?Eu aprendi com o meu pai e hoje fabrico as peças para ter um ganho extra?, diz. Porém, ela lamenta que nesse ano as vendas estão bem abaixo do esperado. Já na opinião da artesã Célia Maria Pinheiro o final do ano deverá ser de boas vendas. ?Durante o ano a gente sobrevive do artesanato, mas no final do ano é que vem a grana extra. Se trabalha mais, porém, se ganha mais?, finalizou.

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