Argentinos trocam baby-beef por peito de frango

O consumo de carne bovina entre os argentinos tem registrado quedas consecutivas, coincidentemente, depois que a presidente Cristina Kirchner tornou-se – segundo o ácido humor portenho – dublê de “guru sexual e nutricionista”. Segundo dados da Câmara da Indústria da Carne (Ciccra), o consumo de carne bovina caiu 9% em comparação com o ano passado, ficando atualmente na faixa de 51,6 quilos por habitante anualmente. Mas, se comparado com 2006, quando teve início uma série de conflitos entre o governo e o setor agropecuário, o consumo despencou 24,8%.

Assim, a afirmação do Instituto de Estímulo e Divulgação da Carne Bovina Argentina, em 2009, de que oficialmente “os argentinos são carnívoros (em relação à carne bovina) por excelência” parece não fazer mais sentido. Na época, existiam motivos de sobra para essa afirmação, já que os argentinos, até serem ultrapassados pelos uruguaios no ano passado, eram os maiores consumidores per capita de carne bovina do planeta.

A suposta campanha contra a carne bovina começou no ano passado, quando Cristina sugeriu que a carne suína era afrodisíaca. Na sequência, ela disse que os argentinos deviam comer menos carne bovina e mais outros tipos de fonte de proteínas. Dias depois, em outro discurso, a presidente voltou a atacar o consumo de carne bovina ao defender a carne de frango como “muito mais saudável” e “recomendável para a dieta” das mulheres.

Com isso, o país do baby-beef está se transformando na nação do peito de frango. Paralelamente à queda do consumo da carne bovina, a ingestão da ave disparou, aumentando 33%. Atualmente, o consumo per capita nacional é de 37 quilos por ano. Em 1980, os argentinos consumiam 9,7 quilos de carne de frango. O setor calcula que o consumo de frango pode chegar a 45 quilos por habitante em 2012.

O consumo de carne de porco também cresceu. Nos primeiros quatro meses deste ano, o avanço foi de 8% em comparação com 2006, alcançando 7,8 quilos por habitante anualmente. Porém, os especialistas afirmam que a queda no consumo não se deve às recomendações presidenciais, mas sim à disparada do preço da carne bovina, que cresceu em média 100% entre 2009 e 2011. Alguns cortes específicos de carne bovina ficaram até 300% mais caros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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