Argentina agora reclama da Petrobras

A reunião de ontem (terça-feira) entre o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, foi praticamente dominada por queixas sobre a Petrobras, segundo o site do jornal argentino “Clarín”. Kirchner teria dito a Amorim que a Petrobras, que comprou em 2002 a Perez Companc, segunda maior empresa petrolífera da Argentina, estaria apenas consumindo as reservas já descobertas sem investir em novas fontes de produção.

Além disso, Kirchner teria avaliado que a Petrobras tem hoje um papel nulo na ampliação da rede de transporte de gás natural do sul argentino para as regiões mais industrializadas, segundo uma fonte do governo ouvida pelo “Clarín”.

O presidente se referia aos planos de ampliação do gasoduto que o governo espera estar pronto em 2005 para fornecer gás natural às residências em Buenos Aires.

A Argentina enfrenta desde o ano passado problemas com o fornecimento de energia. Com o rápido crescimento da economia, a demanda por gás cresceu e o país vizinho chegou inclusive a ter desentendimentos com o Chile após decidir reduzir as exportações para manter o mercado interno abastecido.

De surpresa

Amorim teria se comprometido a fazer “tudo que estivesse a seu alcance” para resolver a possível nova fonte de atrito com a Argentina, segundo o “Clarín”. O chanceler brasileiro teria sido surpreendido pelas reivindicações de Kirchner a respeito da Petrobras, de acordo com o jornal.

Quanto às negociações das dívidas com o FMI (Fundo Monetário Internacional), Amorim disse que as situações dos dois países são diferentes (o Brasil, ao contrário da Argentina, não está em moratória), mas que, “se houver necessidade”, o Brasil estaria pronto a demonstrar solidariedade com o vizinho.

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