Aquecimento econômico não prejudica exportações

O aquecimento da economia brasileira não enfraquecerá os bons resultados das exportações, afirmou ontem, em Brasília, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Ele afastou também a possibilidade de que o setor de insumos básicos, que opera com grau elevado de utilização da capacidade instalada, possa se transformar num gargalo para a continuidade do crescimento da economia.

O ministro disse que não deve haver preocupação, por exemplo, com a queda das exportações de produtos siderúrgicos, pois desde 2003 já se previa que isso ocorreria. Segundo ele, o Fórum de Competitividade do setor havia estimado uma queda de US$ 500 milhões nas exportações de siderúrgicos neste ano, o que só ainda não ocorreu porque os preços internacionais subiram e a retomada interna demorou um pouco mais do que o previsto para acontecer.

Furlan ponderou que a queda nas exportações do setor siderúrgico é compensada pelo crescimento das vendas externas de produtos que usam aço como matéria-prima. E citou o caso dos automóveis, que tinham previsão de crescimento de 5% nas exportações, em 2004, e cresceram 45% no primeiro mês do ano. “Isso ocorre com bens de capital, componentes, motores; tudo isso está batendo recorde de exportação. Estamos exportando aço com valor agregado”, afirmou.

Insumos

Na opinião do ministro, os investimentos já anunciados pela indústria de insumos evitarão que esses setores básicos sejam um gargalo para o crescimento econômico. Ele disse que a siderurgia investirá US$ 10 bilhões até 2008 e que o setor de papel e celulose já anunciou investimento ainda superior até 2010. E em 2005, salientou, já estará sendo inaugurada a nova planta da Veracel Celulose na Bahia.

Também estão sendo anunciados investimentos das empresas de petroquímica, segundo Furlan. “É questão de adaptação e de tempo, mas os investimentos estão ocorrendo e são sólidos. E vamos ter novidade para breve em termos de estímulos para o desenvolvimento”, anunciou o ministro, lembrando as medidas de desoneração tributária que estão sendo preparadas pelo Ministério da Fazenda.

Modermaq

Furlan prometeu que ainda em agosto entrará em operação o Modermaq, programa que reduzirá o custo de aquisição de bens de capital. Segundo ele, as questões legais que ainda precisam ser resolvidas serão superadas nesta semana. O ministro disse que a retomada do crescimento está ocorrendo em todos os setores, e já chegou até à construção civil. Em julho, segundo ele, a indústria de cimento teve as melhores vendas dos últimos doze meses. “Setores que estavam ainda razoavelmente impermeáveis à recuperação econômica começam a mostrar claramente o efeito da tretomada do crescimento”, concluiu.

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