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Após cair em agosto, consumo de gás natural mostra retração em 2015, diz Abegás

O mercado de gás natural se tornou mais um segmento da atividade econômica nacional a apresentar retração em 2015. Após manter variação anual positiva entre janeiro e julho, o indicador divulgado pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) fechou o mês de agosto com queda de 1,13%, quando comparado ao intervalo de janeiro a agosto de 2014. A reversão é explicada justamente pelo fraco resultado do oitavo mês do ano. Em agosto, o consumo totalizou 71,149 milhões de metros cúbicos diários (m3/d), encolhimento de 12,83% na comparação com o mesmo período de 2014.

O principal destaque negativo de agosto foi o segmento de geração elétrica, com retração de 19,4% em igual base comparativa. O consumo de 28,793 milhões de m3/d foi impactado pela decisão do governo federal de desligar 21 usinas térmicas a partir do dia 8 daquele mês.

O segmento industrial, segundo maior mercado consumidor de gás natural neste momento, encolheu 5,06% em agosto, mês em que a demanda atingiu 27,465 milhões de m3/d. Já o segmento automotivo, terceiro mais importante do País, teve queda de 2,89%. Ambos os setores sofrem os reflexos da tendência de queda de produção na indústria nacional, um movimento agravado pela decisão da Petrobras de reduzir os descontos praticados sobre o preço do insumo.

“A indústria é a grande consumidora de gás natural no Brasil e, por isso, sobretudo nesse quadro de desaceleração econômica, a retirada dos descontos nos preços do energético diminuiu ainda mais a competitividade da indústria brasileira”, destacou em nota o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.

A tendência de retração registrada em agosto contribui para os números negativos acumulados entre janeiro e agosto. O consumo de gás pelo segmento industrial encolheu 1,04% em relação ao ano passado. Já o segmento automotivo apresentou queda de 2,64%. O fraco resultado da indústria é parcialmente compensado pelo aumento de 2,68% no consumo de gás natural para geração elétrica, uma situação que tende a se reverter ao longo dos próximos meses. A demanda média nos oito primeiros meses do ano ficou em 77,150 milhões de m3/d.

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