Apicultores discutem organização do mercado

O Brasil ocupa hoje a décima primeira posição no ranking dos maiores países produtores de mel, com cerca de 40 mil toneladas/ano o primeiro lugar é da China com uma produção de 200 mil toneladas/ano.

Mas quando o assunto é exportação, o Brasil sobe para a quinta posição, com um total de 14 mil toneladas, que tem como principais destinos aos Estados Unidos e União Européia.

A meta do setor é melhorar esses números, principalmente no mercado interno, onde o consumo de mel ainda é muito baixo de 60 a 100 gramas per capta/ano, enquanto na Europa chega a 1,5 quilo per capta/ano. E isso passar pela organização dos apicultores.

Esse e outros assuntos foram discutidos ontem durante o 4.º Encontro Estadual de Apicultora, realizado na sede da Emater em Curitiba. De acordo com o presidente da Federação de Apicultores do Estado, Adhemar Pegoraro o Paraná é o segundo maior produtor brasileiro de mel, cerca de 6 mil toneladas/ano, que respondem por 12% da produção brasileira.

O Estado concentra perto de vinte mil apicultores, sendo que 80% são agricultores familiares. Ele acrescenta que além de encontrar formas para agregar valor ao produto, é preciso combater a falsificação, e aplicar boas práticas para atender as exigências do Ministério da Agricultura (Mapa) e países importadores do Brasil.

Essa preocupação com a qualidade ficou evidente depois do embargo de dois anos do mel brasileiro feito pela União Européia. O presidente da Confederação Brasileira de Apicultura e da Câmara Setorial de Mel e Produtos Apícolas do Mapa, José Gumercindo Cunha destaca que os apicultores precisam estar atentos e aptos a atender essas exigências, “pois o Brasil, como o maior produtor agrícola, não pode ter nenhum tipo de restrição na sua produção”. Segundo ele, além de retomar as exportações, é preciso investir no mercado interno.

Iniciativas

Nesse sentido, Cunha acrescentou que existem iniciativas oficiais para impulsionar a produção, como a inclusão do mel na merenda escolar e compra dos produtos pela Conab.

Porém, defende a necessidade de diversificação da oferta para agregar valor, como o mel orgânico. Ele também adiantou que pensa em criar um fundo apícola, com percentual das exportações, pelo serviço de polinização das abelhas. “Cerca de 20% da produção de frutas e grãos dependem disso”, finalizou.