Ao invés de importar, País começa a exportar milho

As exportações do milhos safrinha colhido entre julho e agosto começaram a ser feitas pelo Porto de Paranaguá na semana passada e já superam as expectativas. “O mercado sinalizava para a importação e, no entanto, com 15% da safrinha colhida, já estão acontecendo as exportações”, diz o gerente geral da Companhia Brasileira de Logística (CBL), Washington Viana. A previsão é que a safrinha renda cerca de 6,5 milhões de toneladas. Desse total, 500 mil devem ser exportadas 80% por Paranaguá e o restante por portos como Santos (SP) e Rio Grande (RS).

A CBL é um dos nove terminais privados que operam no corredor de exportações do Porto de Paranaguá e, nessa época de aumento da demanda internacional por milho, será fundamental para agilizar as exportações do produto. Isso porque a empresa acaba de investir R$ 6 milhões na ampliação do seu terminal, que agora é o único de Paranaguá apto a armazenar até quatro produtos diferentes simultaneamente. Até a semana passada, a CBL tinha açúcar, farelo e grãos de soja armazenados. No início desta semana, recebeu o primeiro carregamento de milho da safrinha e só pôde armazená-lo graças à ampliação. “Agora, já temos 15 mil toneladas de milho armazenadas, o que totaliza quatro produtos diferentes “, diz Viana. Esse primeiro carregamento de milho vem do Mato Grosso e será embarcado em navio pela CBL no próximo dia 25. A previsão da empresa é estar embarcando, até o final do ano, cerca de 300 mil toneladas do milho safrinha.

Recepção

Para o diretor empresarial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), a utilização das novas instalações do terminal da CBL veio em boa hora. “Essa é a época em que o Porto está mais precisando aumentar a sua capacidade de recepção, armazenamento e expedição”, explica. O embarque do milho que está na CBL também será agilizado porque, agora, a empresa possui duas linhas de embarque, permitindo colocar nos navios dois produtos diferentes simultaneamente. “Por esses motivos a nossa participação nas exportações de milho neste ano será mais de três vezes maior que no ano passado, quando exportamos menos de 100 mil toneladas”, completa Washington Viana.

Um terço

Do total de 6,5 milhões de toneladas de milho safrinha que deverá ser produzido neste ano, cerca de 2,2 milhões são plantados no Paraná. O restante, vem dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A “sobra” para exportação aconteceu porque o mercado interno absorveu outros produtos em substituição ao milho para ração de aves e suínos, que, agora, também estão sendo alimentados com sorgo e triguilho (derivação do trigo, usado para ração animal). Além disso, a melhora do câmbio também incentivou os produtos a exportarem o milho em vez de vendê-lo para o mercado interno.

Nas próximas semanas, a CBL estará recebendo o milho de Maringá, Apucarana e Arapongas, a ser exportado principalmente para regiões da Ásia e Europa.

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