Ano não foi bom para empresas moveleiras

O setor de móveis enfrentou em 2003 um dos piores períodos de vendas. A retração da economia aliada ao aumento da concorrência e a queda do poder aquisitivo da população fizeram com que o setor deixasse de registrar vendas superiores às do ano passado. A opinião é de empresários do setor que estão expondo na 8.ª Feira de Móveis do Paraná (Mobilar) – evento que teve início no último dia 18 e se encerra amanhã, no Pavilhão do Parque Barigüi, em Curitiba.

“A economia está retraída como um todo. E móveis, até certo ponto, são bens supérfluos. As pessoas só trocam se têm necessidade”, aponta Edson Luiz Marochi, diretor da Móveis Campo Largo – empresa que atua há 42 anos no mercado e atende especialmente a classe média e média-alta. “2003 foi um ano extremamente difícil, e a opinião é unânime entre praticamente todos os expositores com quem conversei”, conta, acrescentando que a média de vendas do setor ficou 15% abaixo das expectativas.

A concorrência por parte das grandes redes de lojas, que até então vendiam apenas eletroeletrônicos, mas que vêm apostando cada vez mais no mercado de móveis – hoje, quase 40% dos produtos que comercializam são móveis, afirma Marochi – é um dos fatores que vem agravando a crise financeira do setor. “Essas lojas dividem muito o mercado”, diz.

Exportação

Na Hifer Móveis, fábrica localizada em Rio Negrinho, as vendas este ano foram 20% menores do que em 2002, segundo o gerente Alexandre do Espírito Santo. Ele conta que a projeção para 2003 era de crescimento de 30%. “A gente imaginava que o governo Lula pudesse injetar mais dinheiro na economia, mas não injetou”, lamenta. Para driblar a crise econômica, a fábrica está desde o ano passado exportando para o mercado europeu, como França e Inglaterra. “A questão do dólar influenciou bastante. Tivemos que acabar com o mercado interno e investir na exportação”, afirma, revelando que as exportações sustentam em 70% os custos da empresa.

A Rust Móveis, há 22 anos no mercado, também enfrentou problemas, revela o gerente Alexandre Leandro dos Santos. “No final do ano passado, a gente já imaginava que 2003 seria complicado, mas não imaginava que seria tanto”, comentou Alexandre. Segundo ele, a expectativa era que as vendas pelo menos se mantivessem este ano, mas o resultado foi queda de quase 30%. “A economia está parada como um todo. Há também muita concorrências, lojas novas”, aponta.

Otimismo

Já o proprietário e fundador do Shopping das Fábricas – loja de São Bento do Sul (SC), há 27 anos no mercado – Francisco Votcoski, está com perspectivas otimistas. Para ele, a queda dos juros deve fazer com que as vendas alavanquem neste final de ano. “Vai faltar produto”, acredita. Atendendo essencialmente ao público das classes B e C, Francisco conta que o valor menor e as facilidades no pagamento são itens que mais atraem. Serviço: A 8.ª Feira de Móveis do Paraná acontece hoje, das 14h às 22h, e amanhã, das 14h às 21h. O ingresso custa R$ 5,00. Menores de 12 anos não pagam.

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