Anfavea: importação leva à queda de fatia de carros flex

O aumento das importações está levando à perda de participação dos veículos bicombustível (flex) no total dos emplacamentos, afirmou hoje o presidente da Anfavea, Cledorvino Bellini. Segundo o executivo, o Brasil está perdendo competitividade para o México e a Argentina. “Não estamos conseguindo colocar nossos produtos no mercado na mesma proporção dos outros países.”

Segundo Bellini, a participação de importados no licenciamento de veículos deve fechar o ano em 18%, alta de 2,4 pontos porcentuais ante os 15,6% de 2009. Dados divulgados hoje pela Anfavea mostram que as vendas de veículos flex cresceram apenas 5,13% no primeiro semestre, para 1.294.157 unidades. No mesmo período, as vendas de veículos movidos apenas a gasolina cresceram 20,7%, para 125.223 unidades, enquanto os carros com motor a diesel registraram alta de 29,4%, para 76.100 unidades.

Em todo o ano de 2009, os veículos flex representaram 88,2% das vendas, ao passo que, no acumulado deste ano até junho, a participação caiu para 86,5%. Os licenciamentos de veículos em junho cresceram 4,6% ante maio, para 262.758 unidades, interrompendo quedas mensais verificadas em maio e abril.

O presidente da Anfavea sinalizou ainda que as vendas poderiam ser ligeiramente maiores no mês passado não fosse a Copa do Mundo, que fechou estabelecimentos comerciais e órgãos públicos nos dias de jogos do Brasil. “Sem dúvida, a Copa afeta, mas é insignificante em termos globais”, afirmou. De acordo com Bellini, se a economia confirmar as projeções de crescimento e a oferta de crédito se mantiver favorável, a Anfavea manterá as previsões de vendas de 3,4 milhões de veículos em 2010, o que representa uma alta de 8,2% em relação ao ano passado.

Bellini afirmou ainda que os estoques da indústria estão “absolutamente normais”. Em junho, eles eram de 318.839 veículos, o equivalente a 36 dias. No mês anterior, eram 289.346 veículos parados na indústria e nas concessionárias, o suficiente para suprir 34 dias. “É necessário ter um estoque regulador para atender o fluxo das lojas e a preferência do consumidor.” A indústria considera confortável um estoque entre 25 e 27 dias. Para Bellini, os dados de junho mostram que as montadoras estão otimistas com as vendas e as exportações nos próximos meses.

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