A Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) projeta um aumento entre 6% e 10% neste ano para o saldo da carteira de financiamentos de carros e veículos comerciais leves para pessoa física nos bancos ligados à entidade. Esses bancos representam 52% de todos os financiamentos de automóveis feitos no País.

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A previsão, explica o presidente da entidade, Décio Carbonari, segue a estimativa de crescimento entre 3,5% e 4,5% estimados para o setor em 2013 pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “O financiamento de veículos cresce mais do que a venda de carros”, justificou Carbonari.

A projeção da entidade é que, em 2012, tenham sido emitidos R$ 206,4 bilhões em créditos de financiamento para a compra de veículos nos bancos associados à Anef, cifra 2,5% superior à de 2011 (R$ 201 bilhões). O último levantamento da entidade, divulgado na quarta-feira (16), contabilizou apenas o período de janeiro a novembro e inclui todas as modalidades de veículos.

Apesar de prever que tenha havido crescimento no ano passado, Carbonari afirma que o ano não foi muito positivo. “O ano de 2012 não foi exatamente bom, especialmente para caminhões e automóveis. Antes da redução do IPI estava bastante amargo, ruim mesmo. Depois nós conseguimos um aumento de ano contra ano, mas nada surpreendente.”

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Para 2013, ele acredita que as medidas anunciadas pelo governo garantam uma melhora para o setor de financiamentos. “As concessões de portos e aeroportos (anunciados pela presidente Dilma Rousseff em 2012), apenas, já geram demanda por caminhões, ônibus e carros para frotas automaticamente. Além disso, a renda continua alta e o desemprego baixo. O efeito multiplicador deve constar na economia.”

Modalidades de crédito

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Entre 2008 e 2012, o valor das vendas de automóveis por leasing caiu de cerca de R$ 80 bilhões ao ano para perto de R$ 10 bilhões em 2012. De acordo com Carbonari, houve migração para o crédito direto ao consumidor (CDC), já que não houve redução no volume de vendas. “Progressivamente (o leasing) foi perdendo atratividade. As prestações (do leasing e CDC) são muito parecidas e com o CDC a pessoa evita os prazos predeterminados”, afirmou. O CDC para compra de veículos representou em 2012, até setembro, 51% da carteira de crédito da Anef.

Nos últimos 12 meses até novembro de 2012, houve uma queda de 48,7% na emissão de leasing nos bancos ligados à Anef. Até setembro do ano passado, o leasing respondeu por apenas 2% do volume de vendas de crédito emitido por esses bancos.

Segundo Carbonari, as instituições financeiras deixaram de incentivar o leasing. “Elas acabavam responsáveis pelas contas dos clientes inadimplentes, que não pagavam os tributos dos carros, já que a propriedade só é transferida (da instituição financeira para o comprador) após o término dos pagamentos.” Outro ponto que o executivo ressalta é que alguns clientes buscam pagar as parcelas antecipadamente. “Com o leasing isso é impossível, ele não pode liquidar o pagamento”, destacou. “Além disso, há os gastos que o cliente tem ao final do prazo do leasing de passar os documentos para seu próprio nome.”