A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) faz nesta sexta-feira, 28, o primeiro leilão A-5 deste ano, com o objetivo de garantir o fornecimento de energia nova a partir de 2019. Foram habilitados 821 projetos, incluindo empreendimentos eólicos, solares, hidrelétricos e térmicas abastecidas com biomassa, carvão e gás natural. A capacidade instalada conjunta dos projetos alcança 29.242 megawatts (MW).

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Podem participar do certame 577 empreendimentos eólicos (14.155 MW de capacidade), 179 fotovoltaicos (4.872 MW), 25 pequenas centrais hidrelétricas (412 MW), quatro hidrelétricas com capacidade superior a 50 MW de potência (418 MW), 21 termelétricas a biomassa (1.353 MW), nove termelétricas a carvão (3.890 MW) e seis térmicas abastecidas com gás natural (4.142 MW). O Custo Marginal de Referência do leilão é de R$ 209/MWh.

Serão negociados Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEAR) na modalidade por quantidade, para usinas hidrelétricas, e também na modalidade por disponibilidade, esta para usinas termoelétricas a carvão, gás natural em ciclo combinado, biomassa e para usinas de fonte eólica e solar. Os contratos da energia gerada nas termelétricas garantirão 25 anos de suprimento. O prazo dos contratos dos projetos eólicos e solares cai para 20 anos. Já os empreendimentos hidrelétricos são garantidos por contratos de 30 anos.

O preço-teto estabelecido pela Aneel para os projetos eólicos e solares ficou em R$ 137 por megawatt-hora (MWh). No caso das térmicas, o preço de referência ficou estabelecido em R$ 209/MWh. Já o preço máximo da energia a ser comercializada pelos responsáveis pelos projetos hídricos é de R$ 164/MWh. O valor é válido para as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e para as usinas de Apertados, Ercilândia e Perdida 2. O preço de referência para a usina Itaocara ficou em R$ 114/MWh, o mais baixo do certame.

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A previsão é de que os projetos eólicos voltem a se destacar, como tem ocorrido nos últimos leilões no qual a fonte participa. O segmento será representado com 577 projetos, o equivalente a 70% dos empreendimentos habilitados. Na mesma modalidade por disponibilidade foram habilitados 179 projetos fotovoltaicos (21,8% do total).

A grande expectativa do leilão, contudo, passa pelos projetos negociados na modalidade disponibilidade, sobretudo as usinas hidrelétricas e as térmicas a gás natural e a carvão. As usinas Apertados e Ercilândia ficam localizadas no rio Piquiri (PR) e têm capacidade instalada de 139 MW e 87,1 MW, respectivamente. A usina Itaocara I (150 MW) fica no Rio Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, e a hidrelétrica Perdida 2 (42 MW) no rio de mesmo nome, no estado do Tocantins.

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O Ministério de Minas e Energia (MME) estabeleceu garantia física de 93,6 MW médios para Itaocara I, 79,4 MW médios para Apertados, 53,4 MW médios para Ercilândia e 24,6 MW médios para Perdida 2.

No caso dos projetos térmicos, chama atenção a ausência de contratação de empreendimentos a gás ou carvão nos dois leilões A-5 realizados em 2013. O primeiro certame do ano passado ocorreu em agosto e contou com três térmicas a carvão habilitadas, porém nenhum projeto teve a energia contratada. O segundo leilão, realizado em dezembro, reuniu quatro térmicas a carvão e uma térmica a gás natural, mas novamente os projetos habilitados não saíram vitoriosos.

Na divisão regional do leilão desta sexta-feira, o destaque fica mais uma vez com o estado da Bahia, com 209 projetos eólicos, 107 fotovoltaicos e uma termelétrica a biomassa. A capacidade instalada dos 317 projetos habilitados no estado soma 8.021 MW, ou 27,4% do total de empreendimentos autorizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O Rio Grande do Sul, com 105 parques eólicos, três PCHs, três térmicas a carvão, uma térmica a biomassa e uma térmica a gás natural, é o segundo principal destaque do certame, com a oferta de uma potência de 5.368 MW (18,4% do total). Os dois estados respondem por aproximadamente 46% de toda a capacidade instalada participante do leilão. O certame será operacionalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).