Aneel avalia se fará um grande leilão de transmissão ou se dividirá em dois

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisa quais lotes deverão ser incorporados ao próximo leilão de transmissão, a ser realizado em abril. Como há um grande número de projetos inicialmente previstos para serem licitados em 2015, e muitos projetos que não receberam propostas em 2014, a agência reguladora poderá dividir a oferta em dois certames. O segundo leilão, segundo citado pelo diretor Reive Barros dos Santos, pode ser no mês de junho.

De acordo com a Aneel, um total de 11 lotes não foi leiloado nos certames de 2014. A licitação desta sexta-feira, 9, de número 07/2014, estava inicialmente prevista para o último dia 19 de dezembro, por isso a agência o classifica como um leilão do ano passado.

Sem revelar quantos projetos estavam inicialmente previstos para este ano, a diretoria da Aneel informou que, juntos, os empreendimentos de 2014 e 2015 movimentariam cerca de R$ 10 bilhões em investimentos. O valor não inclui o projeto do segundo bipolo de Belo Monte, linha que também deverá ser licitada neste ano em um certame específico.

O diretor da Aneel revelou que também estão sendo analisadas, neste momento, as condições de Custo Médio Ponderado de Capital (WACC, na sigla em inglês) do próximo leilão. “Posso adiantar que ele será alterado, um pouco para maior. Mas o valor, o porcentual específico, não temos ainda”, disse Santos em coletiva de imprensa realizada após a conclusão do leilão 07/2014, realizado hoje na sede da BM&FBovespa.

A Aneel analisa as condições necessárias para tornar mais viáveis os investimentos em linhas de transmissão e subestações no Brasil. A companhia também estuda maneiras de reduzir os riscos e imprevistos associados aos empreendimentos leiloados. “Após o leilão de novembro, iniciamos uma grande discussão do WACC, para que mantenhamos os investimentos atrativos. Competimos com investimentos de outros países e precisamos ter uma posição adequada para atrair os investimentos”, salientou o diretor da Aneel, André Pepitone.

“Vamos verificar quais condições levaram o leilão a ficar vazio. Em abril, queremos ter todos os possíveis problemas identificados para que tenhamos alternativa de solução para motivar maior participação”, destacou Santos. A princípio, a Aneel acredita que a inexistência de propostas para dois dos quatro lotes leiloados hoje tem explicação na indisponibilidade de alguns equipamentos solicitados em edital.

Para o leilão de abril, a Aneel também avalia incorporar riscos específicos para o Brasil, mas não revelou quais seriam.

Questionada se a decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de financiar apenas 50% do valor dos investimentos ou a ausência da Eletrobras teriam peso sobre o resultado do leilão de hoje, a diretoria da Aneel minimizou a influência dos dois fatores. De acordo com a agência reguladora, investidores já obtiveram condições interessantes de financiamento com recursos externos, por exemplo.

No caso da Eletrobras, a informação transmitida pela estatal à Aneel é de que a prioridade neste momento será avançar com projetos já em construção pela companhia. A estatal não informou à agência reguladora se voltará a participar dos próximos leilões.

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