Alta tímida do comércio em agosto é freada por vendas dos supermercados

A queda de 1,1% no volume de vendas de alimentos dos hipermercados e supermercados em agosto em relação a julho foi o principal motivo para alta tímida das vendas do comércio varejista. A informação consta da PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

As vendas do comércio varejista aumentaram 0,2% em agosto frente ao mês precedente. Ainda que tímida, a alta completa o terceiro mês consecutivo de expansão. Em julho, a alta foi de 1,4% e em junho, 1,6%.

Segundo o IBGE, o motivo para queda no volume de vendas dos mercados e de alimentos foi, basicamente, a aceleração recente do índice oficial de inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

“O preço dos produtos alimentícios tem puxado a inflação e isso provavelmente puxou para baixo a venda dos supermercados”, afirmou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

Outros dois itens que contribuíram para o crescimento tímido foram tecidos, vestuário e calçados, que recuaram 0,8%, e livros, jornais, revistas e papelaria, que caíram 0,2%.

Pereira explica que ainda que o preço dos artigos de vestuário estejam caindo, segundo dados do IPCA, as vendas não estão melhorando. O motivo para isso, disse ele, seria a competição desses produtos com os importados, sobretudo os chineses.

Em papelaria, a volta às aulas em junho, que levaram a um aumento de vendas, foi o motivo para que, dois meses depois, a vendas tenham recuado.

Altas

Enquanto as vendas no varejo geral crescem pouco, as do chamado varejo ampliado, que incluem os itens veículos e material de construção, avançaram em patamares maiores em agosto. De acordo com a PMC, o varejo ampliado cresceu 2,7% em volume de vendas em agosto frente a julho. Em agosto, a venda de veículos subiu 7,7% e a de materiais de construção, 3,4%.

“Havia uma certa expectativa de que em agosto o governo iria acabar com o incentivo de IPI (Impostos Sobre Produto Industrializado) para carros, o que acabou não se confirmando, porque logo em seguida o benefício foi estendido. Isso pode ter influenciado no aumento de vendas”, afirmou Pereira.

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