Alta do IPCA-15 não preocupa porque não reflete aumento de demanda, diz FGV

A aceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), de 0,51% em abril para 0,86% em maio, não é preocupante, segundo o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), André Braz. “Não é uma inflação pautada no aumento da demanda. O mercado de trabalho não permite isso. Por isso não chega a influenciar a política econômica e as decisões do Banco Central”, afirmou.

Ele argumenta que, em maio, fatores pontuais motivaram a inflação: o fim do programa de incentivo à redução do consumo de água em São Paulo, que impactou o item taxa de água e esgoto (9,03%) em 0,13 ponto porcentual; o aumento do imposto do cigarro, que ficou 3,7% mais caro; o reajuste dos remédios, de até 12,5%, dos quais 6,5% entraram neste mês; e a alta do grupo de alimentação e bebidas, de 1,03%, por causa dos produtos in natura.

Nenhuma dessas influências deve permanecer, segundo ele. Mesmo os preços dos alimentos tendem a se manter neste e no próximo mês, por conta do clima mais frio e estável, de pouco impacto nas pequenas lavouras, responsáveis pela maior parte do abastecimento dos produtos in natura. A expectativa de Braz é que o indicador de inflação no fechamento do mês seja próximo ao registrado no IPCA-15, de 0,86%.

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