Alta de tarifas e preço do petróleo preocupam Copom

A inflação, pressionada pelas tarifas públicas, tem surpreendido os técnicos da área econômica todos os meses. De janeiro a junho, não houve uma única reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que tenha deixado de reavaliar, para cima, as projeções para a inflação de 2002 e para o aumento dos preços administrados, como gasolina, gás, eletricidade e telefonia. Essa deverá ser uma das preocupações da reunião de julho do comitê, que começa amanhã (16) e termina quarta-feira, com a definição da taxa básica de juros nos próximos 30 dias.

Na ata da reunião de junho, a mais recente, a projeção da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano estava ?em torno de 5,5%?, com uma elevação de 8 1% nos chamados preços administrados. Em janeiro, estimava-se uma inflação ?abaixo de 4%? para o ano e reajustes de 5,4% para os preços públicos.

Os preços da gasolina também têm se mostrado difíceis de estimar. Em março, as projeções do Banco Central eram de que, neste ano, a gasolina contabilizaria uma redução de 7,5% no preço ao consumidor. Em junho, a estimativa da queda já estava bem menor: 4,5%. O mesmo ocorreu com relação ao gás. Em março, a estimativa era de que os reajustes ficariam pouco acima de 20% em 2002. Em junho, a projeção já estava em 28%.

Tantas revisões fizeram surgir, dentro do governo, um debate sobre a necessidade de ajustes no modelo de projeção de inflação utilizado pelo Banco Central. Há suspeitas que os parâmetros para reajustes de preços baseados em contratos, como energia elétrica, estejam imprecisos.

O Banco Central é o responsável pela administração da política de metas de inflação.

Para este ano, a meta é de 3,5%, com uma margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. Isso significa que uma inflação do IPCA de até 5,5% seria considerada dentro da meta. No entanto, as apostas do mercado na semana passada eram de que o IPCA chegará a 5,81% de janeiro a dezembro deste ano.

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