Inflação

Alimentos estão mais baratos na capital paranaense

Curitiba registrou o segundo menor IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) segundo informações divulgadas ontem pelo IBGE. O percentual de 0,11% (São Paulo teve a menor queda de 0,09%) demonstra a forte desaceleração no item alimentos tanto no País como no Estado.

No trimestre a capital paranaense acumula alta de 0,71%, devido aos dois percentuais de 0,30% registrados em outubro e novembro. No País, o IPCA-15 registrou alta de 0,29% em dezembro (contra alta de 0,49% em novembro) e acumula alta de 6,10%, bem acima do verificado no ano passado, de 4,37%. O IPCA-15 é lido como uma prévia do IPCA.

No acumulado do ano, apenas no ítem “alimentação, Curitiba registra a terceira maior elevação, de 12,83% (contra 6,42% verificados em 2007), perdendo para Belém, que registra alta nos preços de 13,43% e Salvador, com 13,32%. Todas as demais capitais pesquisadas registram percentuais menores neste item.

Segundo o IBGE, no País, entre os produtos alimentícios, o feijão carioca, que já havia tido queda de 2,54% em novembro, ficou ainda mais barato em dezembro, com queda de 21,15%, enquanto o tipo preto, 7,65% mais caro em novembro, caiu 4,71% em dezembro.

No caso dos produtos não alimentícios, a alta em dezembro foi de 0,28%, ante 0,37% no mês anterior. Houve desaceleração em itens como artigos de limpeza (de 0,91% em novembro para 0,79% em dezembro), aluguel (de 0,84% para 0,56%), gasolina (de alta de 0,33% para queda de 0,12%), álcool (de 0,75% para -0,29%) e automóveis usados (de -1,10% para -2,57%).

O economista-chefe do SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, concorda a surpresa provocada pela desaceleração nos preços dos alimentos. “A taxa do grupo alimentação deu uma boa recuada e veio abaixo do que imaginávamos. Vimos quedas bem fortes na parte de cereais e de alguns legumes, além de as carnes bovinas apresentarem uma boa desaceleração na alta dos preços”, listou Camargo, que havia projetado uma elevação de 0,38% para o indicador geral.

Além do comportamento dos alimentos, o economista citou que, de maneira diferente da que vem sendo verificada em outros índices, o valor dos aluguéis subiu menos e ajudou o IPCA-15 de dezembro.

“Juntamente com o fim do impacto dos reajustes de tarifas de água e esgoto, este fator favoreceu também o grupo habitação”, comentou, acrescentando que a próprio comportamento baixista de combustíveis, como a gasolina e o álcool, foi importante para manter o grupo Transportes em um nível tranqüilo. “Portanto, habitação, transportes e, principalmente, a alimentação foram os três fatores que explicam essa diferença entre o resultado efetivo e a projeção”, salientou.

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