Álcool vai baratear gasolina

Ribeirão Preto – AE-AG

– O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, na Agrishow, em Ribeirão Preto, depois de uma reunião com produtores de açúcar e álcool, que a partir do próximo dia 1.º de junho a gasolina passará a ter uma mistura de 25% de álcool – atualmente a mistura é de 20% – abrindo espaço para uma nova queda no preço dos combustíveis.

Segundo Lula, o aumento da mistura do álcool à gasolina está sendo possível porque os produtores de açúcar e álcool cumpriram o acordo firmado no começo do ano com o governo, de garantia de estoques mínimos do produto, que não faltaria álcool no mercado e que os preços não subiriam durante a enfressafra.

Agora que o risco do desabastecimento não existe mais, segundo o presidente, está sendo possível ao governo anunciar o aumento da mistura do álcool à gasolina. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que participou da reunião de Lula com os produtores em Ribeirão Preto, disse que vai defender que a redução no preço dos combustíveis em função da mistura do álcool à gasolina seja repassada aos consumidores.

O presidente sinalizou que a produção de álcool voltará a ter apoio do governo. Ele destacou a importância do combustível, menos poluente e que pode gerar mais emprego, para que o Brasil possa dobrar sua produção nos próximos anos, visando, inclusive, o mercado externo. “O Brasil precisa estar preparado para pegar uma grande fatia do mercado internacional”, afirmou.

Em Ribeirão Preto, Lula reuniu-se com os empresários do setor sucroalcooleiro e atendeu dois pedidos: o retorno do porcentual de 20% para 25% de álcool anidro na mistura da gasolina, como estava previsto, a partir de 1.º de junho, e o financiamento de R$ 500 milhões, pelo Banco do Brasil, para a estocagem de álcool.

Lula, Palocci e o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, reuniram-se a portas fechadas com os empresários e, depois, o chefe de gabinete de Rodrigues, Célio Porto, anunciou as novidades esperadas pelo setor. Os usineiros cumpriram o prometido em abril – dos 600 milhões de litros de álcool que deveriam produzir, chegaram a pelo menos 565 mi, segundo a União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica), além da antecipação da safra, já iniciada. A previsão da safra iniciada também é otimista: produzir 12,650 bilhões de litros, contra 11,1 bilhão da passada.

Para o financiamento da estocagem de álcool, que depende de aprovação do Conselho Monetário Nacional, as usinas da região Centro-Sul (que produz cerca de 85% do álcool do País) poderão dispor dos recursos imediatamente. Para as usinas do Nordeste, o prazo para início é em setembro. O volume vinculado ao financiamento deverá ser de 1,5 bilhão de litros.

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