Brasília – No que depender da Receita Federal, o acordo que permitiu a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis não será prorrogado. ?Por nós, cumprimos o prazo do decreto e pronto?, disse o secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro. O prazo termina no dia 30 de novembro. Segundo o secretário, não chegou a seu gabinete nenhum pedido das montadoras no sentido de prorrogar o acordo.
Dessa forma, as alíquotas do IPI subirão 3 pontos percentuais. Nos modelos populares, a taxação volta dos atuais 6% para 9%. Nos modelos médios, a alíquota passa de 12% para 15%.
Pinheiro lembrou que o corte no IPI foi feito em caráter temporário, para atender a uma situação de emergência. ?Havia estoques grandes nos pátios das montadoras e uma necessidade de desafogo?, disse.
?Acreditamos que os objetivos tenham sido alcançados.? Segundo o secretário, o represamento de automóveis nos pátios foi motivado em parte pelos rumores de que o governo estaria estudando o corte no IPI.
Além disso, lembrou o secretário, ?o mercado tem dado sinais claros de recuperação.? Em outubro, na comparação com igual mês do ano passado, as vendas de automóveis no mercado interno cresceram 2,5%. Além disso, os cortes que vêm sendo promovidos na taxa Selic permitirão às montadoras também reduzir suas taxas de juros. ?Normalmente, a venda financiada de automóveis já tem uma taxa baixa?, disse Pinheiro. Ele acredita que as montadoras poderão cobrar juros mais baixos, o que deve impulsionar as vendas a prazo. O secretário avaliou que o acordo foi positivo para a Receita Federal. ?Não conseguimos recuperar a arrecadação do IPI, mas pelo menos vemos que a tendência de queda foi reduzida, o que significa que tivemos algum ganho?, explicou. ?Nesse sentido, o resultado foi favorável à Receita.?
Dados divulgados hoje mostram que a arrecadação do IPI sobre automóveis em outubro caiu 38,77% com relação ao ano passado. Na comparação com setembro, a queda é menor: 7,48%.