Ações sociais do UBS são colocadas sob suspeita

O banco suíço UBS teria usado projetos sociais para ajudar milionários a praticar evasão fiscal. Ontem, o jornal suíço Le Temps revelou que a instituição incentivava clientes que quisessem manter suas contas não declaradas a oferecer parte de seus recursos a projetos sociais espalhados pelo mundo como forma de contornar as autoridades fiscais. No Brasil, o UBS apoia três projetos: melhoria de escolas na Bahia, pesquisas contra a doença de Chagas e assistência a crianças prematuras no Rio.

Segundo o jornal suíço, o UBS criou em 1999 a fundação Optimus, que gerenciava uma fortuna de mais de US$ 30 milhões em 2007 para financiar esses projetos. Além disso, contava com mais de US$ 50 milhões depositados por doadores em um fundo de investimento em Luxemburgo, outro paraíso fiscal. Os dividendos e juros do fundo eram destinados aos programas sociais do UBS.

A Optimus financiou mais de 70 projetos. O futuro da fundação será alvo de um debate, hoje, na assembleia geral da UBS. Uma parte dos fundos da Optimus viria diretamente de clientes. Segundo o Le Temps, os gerentes do UBS eram pressionados desde 2001 a vender a ideia aos milionários. O sistema era relativamente simples. Um investidor que quisesse enviar seu dinheiro a um paraíso fiscal poderia aplicá-lo no fundo em Luxemburgo, alegando ser uma ação social. De fato era, com os juros que os recursos gerava. Mas, ao mesmo tempo, era uma transferência do recurso ao exterior, fugindo do fisco. Outra opção era fazer uma doação à fundação Optimus.

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